
A confirmação da gripe aviária em uma granja no Rio Grande do Sul resultou na suspensão das exportações de frango para os principais consumidores da proteína nacional. Até o momento, China, União Europeia, Argentina, Uruguai, Chile, México, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Filipinas já restringiram, total ou parcialmente, a compra do frango brasileiro.
Países da América Latina também aderiram aos vetos. Argentina, Uruguai, Chile e México anunciaram a suspensão das importações de frango do Brasil. Ao tomar a decisão, o governo argentino ressaltou que tem adotado medidas para reduzir o risco de entrada do vírus nas granjas locais.
China, União Europeia e Argentina suspenderam na última sexta-feira (16) as importações de carne de frango do Brasil por 60 dias, após a confirmação de um caso de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) em aves comerciais no município de Montenegro (RS).
Mesmo com o foco regionalizado, China e UE adotaram a suspensão para todo o território nacional, conforme regras previstas nos acordos sanitários com o Brasil. A China lidera as compras de carne de frango brasileira, com 562,2 mil toneladas exportadas em 2024 — cerca de 10,8% do total. A UE é o sétimo maior destino, com mais de 231,8 mil toneladas em 2023 (4,49%), segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Já a Argentina, embora com menor volume de importação, optou por suspender preventivamente a entrada de produtos avícolas brasileiros. O governo argentino informou que está adotando medidas de biossegurança nos estabelecimentos locais, já que o foco da doença ocorreu a 620 km da fronteira.
Em nota, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) disse que seguirá os protocolos dos acordos internacionais: “Reafirmamos o compromisso de transparência e responsabilidade com a qualidade e sanidade dos produtos exportados”.
A pasta defende a aplicação do princípio de regionalização, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que limitaria as restrições a um raio de 10 km do foco. Países como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Filipinas já adotaram esse critério, evitando impacto mais amplo nas exportações. Juntos, esses países representam 35,4% das exportações brasileiras em 2024.
Maior exportador mundial de carne de frango, o Brasil vendeu 5,2 milhões de toneladas para 151 países no último ano, movimentando US$ 9,9 bilhões. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul concentram 78% dessas exportações.
O Mapa reiterou que a gripe aviária não é transmitida por carne ou ovos e que não há risco para o consumo. “A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas)”, informou a pasta.
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