Hugo Motta, presidente da Câmara, o presidente Lula e Davi Alcolumbre, presidente do Senado – Foto: Reprodução

O presidente Lula (PT) deve retomar o diálogo com os chefes do Congresso Nacional após uma série de conflitos no primeiro semestre. A tensão se agravou com a derrubada, em junho, do decreto que aumentava o IOF.

O atual chefe de Estado, conforme informações do Globo, teria se sentido traído, especialmente pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, que, segundo aliados, chegou a ignorar ligações do petista na véspera da votação. A medida, que contrariava o governo, foi votada sem aviso prévio e provocou uma reação dura do Planalto.

Com a vitória parcial no STF, que manteve a maior parte do decreto do IOF, o entorno de Lula acredita que ele poderá reabrir os canais de diálogo. Desde o recesso, o presidente não se encontra pessoalmente com Motta nem com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Agora, com o Congresso retomando os trabalhos e o governo pressionado por novas pautas, como o tarifaço de Trump e a isenção do Imposto de Renda, Lula deve buscar reaproximação com os parlamentares.

A reação do Planalto à derrota no Congresso incluiu a defesa da taxação dos super-ricos e o veto ao aumento do número de deputados. Essas decisões foram lidas como respostas políticas para sinalizar força. Mesmo entre aliados, havia temor de que um novo conflito institucional se agravasse.

Apesar do desgaste, Motta já sinalizou a aliados que não recusaria um encontro com Lula, caso fosse chamado. No entanto, também deixou claro que seguirá com sua estratégia de se manter como figura de centro, alternando apoio a pautas do governo e da oposição. A retomada da discussão sobre a isenção do IR até R$ 5 mil deve ser um dos pontos de possível convergência com o Planalto.

No Senado, Alcolumbre avançou nas negociações para a nomeação de indicados às agências reguladoras, movimento que agradou o Planalto. A expectativa é de que a sabatina desses nomes ocorra ainda em agosto.

O senador Otto Alencar – Foto: Reprodução

O vice-líder do governo, Otto Alencar, reconhece que o ambiente seguirá tenso, especialmente em um ano pré-eleitoral. Para ele, o equilíbrio entre Executivo e Legislativo dependerá da postura dos presidentes das Casas.

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Last Update: 04/08/2025