O bolsonarista João Silva, de 35 anos, foi detido na última quarta-feira (17) após agredir um idoso de 85 anos durante uma discussão na Vila Mariana, bairro nobre de São Paulo. João é ex-funcionário da Yacows, empresa contratada para promover os disparos em massa de conteúdos da extrema-direita pelo WhatsApp durante as eleições de 2018.
A agressão aconteceu após uma discussão com Antônio Carlos, que completa 86 anos nesta quinta-feira (18). Câmeras de segurança registraram o momento em que João puxa o idoso e aplica uma rasteira para derrubá-lo. Segundo o boletim de ocorrência, o bolsonarista afirmou em depoimento à polícia que confrontou o idoso após notar olhares com tom “discriminatório”.
Apesar de não haver nenhuma fala racista, ele disse que decidiu confrontá-lo. João Silva alegou ter levado um soco do senhor e que “apenas revidou as agressões que sofreu”. A Polícia Militar prendeu João cerca de 30 minutos após a discussão, levando-o ao 27° Distrito Policial.
⏯ Idoso de 86 anos briga com homem, leva rasteira e acaba ferido
Câmeras de segurança flagraram uma briga entre um idoso de 86 anos e um homem que passava pela rua no início da tarde desta quarta-feira (17/7), na rua Domingos de Morais, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo. pic.twitter.com/7sNnPyeQUp
— Metrópoles (@Metropoles) July 18, 2024
Na versão da vítima, um corretor de imóveis, ele estava na frente de um estande de vendas tentando conseguir clientes quando foi abordado e agredido sem motivo. Antônio Carlos foi encaminhado ao hospital Saboya e liberado após receber curativos, com os médicos não constatando lesões substanciais que indicassem perigo de vida.
João Silva ganhou notoriedade ao depor na CPMI das Fake News, iniciada após uma reportagem da jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, que revelou o uso de conteúdos falsos nesses envios. Em seu depoimento, ele alegou que a repórter teria se insinuado sexualmente para obter informações, acusação que resultou em um processo judicial. Já em 2024, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decidiu a favor de Patrícia, condenando João ao pagamento de R$ 50 mil por danos morais.
Na época, a Folha revelou todos documentos e prints das interações entre o bolsonarista e a jornalista, comprovando o tom da denúncia e mostrando que, em determinado momento, João pediu para desistir da denúncia: “Pensei melhor, estou pedindo pra você retirar tudo que falei até agora, não contem mais comigo”, escreveu à Patrícia três dias após o veículo procurar a Yacows.