
O bilionário norte-americano Charles Hoskinson, cofundador das criptomoedas Ethereum e Cardano, fez uma denúncia sobre um episódio ocorrido no Tech Forum, realizado em Buenos Aires, em outubro de 2023. Durante o evento, que contou com a presença do presidente da Argentina, Javier Milei, ele afirmou que representantes próximos ao governo argentino tentaram cobrar dinheiro para facilitar uma reunião com o presidente, em troca de uma “conversa mágica”.
Em uma transmissão ao vivo em seu perfil no X (antigo Twitter), Hoskinson explicou que foi abordado por pessoas que disseram estar em posição de marcar um encontro com Milei, caso ele pagasse pela reunião. O bilionário rejeitou a proposta, citando violação da Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (Foreign Corrupt Practices Act).
Segundo Hoskinson, após recusar a oferta, os interlocutores se afastaram dele. O cofundador do Ethereum também fez questão de defender a inocência do presidente, acreditando que ele poderia ter sido manipulado por pessoas próximas que buscavam ganhar dinheiro às custas de sua falta de familiaridade com o mercado de criptomoedas.
$Libra https://t.co/wQmzTupBcJ
— Charles Hoskinson (@IOHK_Charles) February 16, 2025
A polêmica envolvendo Milei cresceu com o lançamento da criptomoeda $LIBRA, promovida por ele nas redes sociais. O presidente argentino chegou a divulgar, em postagens em seu perfil no Instagram e X, que a $LIBRA seria destinada a financiar pequenas e médias empresas do país.
A criptomoeda, que viu uma valorização repentina após a divulgação, perdeu grande parte de seu valor quando os desenvolvedores começaram a vender seus ativos, após terem acumulado 80% da moeda.
Após a repercussão negativa, Milei apagou as publicações sobre a $LIBRA, alegando em um post no X que não tinha conhecimento completo sobre os detalhes do projeto e decidiu interromper a divulgação. Em meio à polêmica, a oposição política no país passou a exigir investigações sobre o caso e até cogitar um impeachment de Milei, alegando uma fraude envolvendo a criptomoeda.
O governo argentino, por sua vez, anunciou a criação de uma força-tarefa para investigar a situação. Em um comunicado, a presidência declarou que encaminharia o caso ao Escritório Anticorrupção para determinar se houve conduta imprópria de qualquer membro do governo, incluindo o próprio presidente.