A greve dos professores e orientadores educacionais do Distrito Federal, iniciada na última segunda-feira, dia 2, terá continuidade por tempo indeterminado, mesmo com o recuo do governo Ibaneis Rocha (MDB).
A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta quinta-feira, dia 5, no estacionamento da Funarte, que foi interrompida para realização da reunião entre representantes do governo e a comissão de negociação do Sinpro – DF.
O movimento paredista foi acompanhado por 242 das 713 escolas da região, tendo outras unidades aderido de maneira parcial, representando um percentual significativo de adesão.
O governo Ibaneis, que havia criminalizado a greve e determinando através do TJDFT multa diária de R$1 milhão e corte de ponto para aqueles que aderissem à greve, teve que apresentar propostas aos professores na tentativa de impor um fim à paralisação.
Na reunião realizada no Palácio do Buriti, teve como representantes do governo Gustavo Rocha, secretário da Casa Civil; Hélvia Paranaguá, secretária de Educação e Ney Ferraz, secretário de Economia. Nela foram apresentados os seguintes itens:
- Convocação de 3 mil professores e professoras em dezembro/2025;
- Prorrogação do concurso realizado em 2022;
- Convocação de novo concurso público no segundo semestre;
- Construção do calendário de reestruturação da carreira, com mediação do Tribunal de Justiça do DF (TJDFT), e a participação das secretarias Casa Civil, de Educação e de Economia, com conclusão em até 90 dias.
Mesmo com a proposta, porém, os professores e orientadores decidiram pela manutenção da greve, considerando insuficiente os itens propostos. Além disso, a assembleia definiu um calendário de mobilizações, com assembleias regionais na próxima segunda-feira e novamente uma assembleia-geral na terça-feira.
A reivindicação dos professores é pelo reajuste de 19,8% de aumento, reestruturação do plano de carreira, redução do tempo para atingir o topo da tabela salarial e pagamento dobrado para titulações de especialização (5%), mestrado (10%) e doutorado (15%).
Segundo a categoria, a reestruturação da carreira é um mecanismo eficaz para a ampliação e garantia dos direitos dos professores e orientadores educacionais da rede pública de ensino do DF, principalmente na valorização do salário base.
A vitória da mobilização dos professores no DF é algo muito importante em um contexto em que a categoria vem sendo atacada em todo Brasil, seja em âmbito estadual ou municipal. Em diversas regiões, porém, uma mobilização efetiva ainda enfrenta muitos obstáculos, o exemplo da capital federal pode motivar a categoria no restante do País, unificando a luta contra os ataques crescentes sofridaos pelos educadores.