Após ameaça de Trump, universidade endurece as regras contra protestos de alunos

Alunos da Universidade Columbia realizam protestos pró-Palestina em Nova York. Foto: Amir Hamja/The New York Times

A Universidade Columbia, de Nova York, uma das instituições de ensino mais prestigiadas dos Estados Unidos, concordou nesta sexta-feira (21) com uma série de mudanças em suas políticas para protestos, segurança e no departamento de estudos do Oriente Médio, em uma concessão ao presidente Donald Trump. A decisão ocorre após a Casa Branca ameaçar cortar US$ 400 milhões (R$ 2,29 bilhões) em financiamento federal caso as reformas não fossem implementadas.

O acordo, detalhado em uma carta enviada ao governo federal e compartilhada com a comunidade acadêmica, pode marcar um precedente na relação entre o governo Trump e universidades de elite nos EUA. Instituições como Harvard, Stanford e a Universidade do Michigan, que também enfrentam investigações federais, estão atentas ao desfecho do caso de Columbia, que pode abrir caminho para penalizações semelhantes.

Entre as mudanças anunciadas pela universidade está a contratação de uma força interna de segurança composta por 36 “agentes especiais”, que terão autoridade para remover ou prender pessoas no campus. Além disso, o uso de máscaras será proibido, exceto por motivos religiosos ou de saúde, para evitar que manifestantes escondam suas identidades durante protestos.

A universidade também adotará uma definição formal de antissemitismo, uma demanda do governo federal que muitas instituições vinham evitando.

Próximo a Netanyahu, Trump apoia o genocídio de palestinos executado por Isral. Foto: reprodução

A reitora interina de Columbia, Katrina Armstrong, afirmou em comunicado que as mudanças fazem parte de um esforço para garantir que “cada estudante e funcionário se sinta seguro em nosso campus”. Ela destacou que a universidade continua comprometida com valores como liberdade acadêmica, liberdade de expressão e respeito, mas reconheceu que “a forma como Columbia e sua comunidade foram representadas é difícil de aceitar”.

As mudanças foram exigidas pelo governo Trump em uma carta enviada à administração de Columbia no dia 13 de março. A Casa Branca alegou que a universidade falhou em proteger estudantes e funcionários de “violência antissemita e assédio”, especialmente após os protestos pró-Palestina e pró-Israel que eclodiram no campus após o ataque do Hamas a Israel, em outubro de 2023, e o início da operação militar na Faixa de Gaza.

Uma das medidas mais controversas anunciadas por Columbia foi a nomeação de um novo vice-reitor para supervisionar o Departamento de Estudos do Oriente Médio, Ásia e África. A Casa Branca havia exigido que o departamento fosse colocado sob intervenção federal, uma medida extrema normalmente reservada para situações de crise interna.

Embora a universidade não tenha mencionado a intervenção diretamente, a decisão foi interpretada como uma concessão às demandas do governo.

A decisão de Columbia gerou preocupação entre juristas e defensores da liberdade acadêmica, que veem a medida como uma “perigosa rendição” ao governo Trump.

Sheldon Pollock, ex-chefe do Departamento de Estudos do Oriente Médio da universidade, classificou o acordo como “um dia vergonhoso para a história de Columbia”. Em uma mensagem de texto, ele afirmou que a decisão “ameaça a liberdade acadêmica, a governança interna e a excelência do sistema universitário dos EUA”.

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