O sítio dito esquerdista norte-americano The Militant parece mais uma sucursal da OTAN disfarçado de esquerda. Isso se pode verificar em artigos como Apoie a Ucrânia, lute pela soberania nacional e defenda os sindicatos, assinada por Roy Landersen.
Quem escreveu, não fica devendo nada para nenhum jornalista da direita. Basta ler o primeiro parágrafo, reproduzido abaixo:
“Após tomar a Crimeia e partes das províncias de Donetsk e Luhansk, na Ucrânia, há 11 anos, e mais de três anos após sua invasão em larga escala, o presidente russo, Vladimir Putin, tenta infligir o máximo de dor possível, atingindo cidades ucranianas em todo o país. Os trabalhadores ucranianos continuam a resistir tenazmente às suas tentativas de subjugá-los.”
A Crimeia não foi tomada, decidiu pertencer à Rússia. O mesmo vale para as províncias de Donetsk e Lugansk, por sinal, passaram oito anos sendo atacadas por forças nazistas e pelo próprio governo golpista ucraniano.
Trata-se de uma falsificação de uma “esquerda” que se calou conivente enquanto civis sofriam verdadeiros pogrons nas províncias de maioria russa. Finalmente, a população se organizou, resistiu bravamente, até que, finalmente, o governo russo decidiu intervir e agora, libertou completamente a região.
Esses que clamam por soberania não reconhecem, covardemente, a autodeterminação das províncias separatistas.
Porta-voz de nazistas
Sem qualquer meio de comprovação, se fiando apenas nas informações vindas do governo ucraniano, e da grande imprensa, o Landersen escreve que “os ataques com drones e mísseis direcionados a civis estão em alta, enquanto as tropas russas sofrem enormes baixas — mais de 1 milhão desde fevereiro de 2022 — para fazer alguns avanços no leste da Ucrânia”.
Se a Rússia perdeu um milhão de soldados, por que a Ucrânia está pegando pessoas à força nas ruas para irem para o fronte, e por que a OTAN está pressionando para que Zelensqui mande jovens de 18 anos para a morte?
A informação de que os ataques estão sendo direcionados a civis é uma mentira flagrante, visto que, desde o início da operação, a Rússia tem evitado atingir civis, ao contrário dos ucranianos.
Outra mentira dita pelo articulista, é que “o regime de Putin considera os trabalhadores e agricultores russos uniformizados como bucha de canhão descartável”. É público que é o governo Zelensqui manda soldados para a guerra quase sem treinamento. Há relatos de mercenários que abandonaram a luta dizendo que mal se tem munição e apoio logístico.
O articulista sustenta que “apesar dos repetidos apelos do governo Donald Trump por um cessar-fogo, apoiado por Quieve, o Crêmlin continua exigindo que as forças ucranianas cedam as quatro primeiras províncias à Rússia”. Na verdade, a Ucrânia é que não quer a paz, pois é apenas uma bucha de canhão do imperialismo.
Anti Rússia
O texto serve para atacar a Rússia e sustentar a OTAN, o braço armado do imperialismo. Lê-se que os gastos com a guerra são enormes, é verdade. A ideia também era essa, no entanto, ainda que o articulista afirme que “o ministro da Economia da Rússia admitiu em 19 de junho que o país está à beira de uma recessão”, não parece ser verdade; os Estados Unidos estão gastando montanhas de dinheiro do contribuinte nessa guerra. Um mísero míssil Patriot custa pelo menos US$4 milhões.
Apenas o pagamento de juros da dívida pública americana, com toda roubalheira promovida pela indústria de armas, está em torno de US$1,4 trilhão. Por isso Trump quer o cessar-fogo, pois a economia americana está em queda livre e ameaça implodir.
Laços
Para destacar o estreitamento de laços entre a Rússia, a Coreia do Norte e o Irã, Landersen diz que Moscou está “em grande parte isolada”. Isso é fruto de sanções, o que mostra que a Rússia não é um país imperialista. Uma esquerda verdadeira teria que denunciar as sanções que o imperialismo promove contra inúmeros países, produzindo miséria e milhões de mortes pelo mundo.
Landersen faz um inventário de números de soldados que os norte-coreanos enviaram. Na verdade, é uma crítica que faz, sem deixar de lado o cinismo, pois diz que Pyongyang mandou “5.000 operários da construção civil para reconstruir a infraestrutura na região de Kursk, na Rússia, após uma incursão ucraniana ter sido bombardeada por Moscou”.
A aventura em Kursk custou a vida de dezenas de milhares de soldados ucranianos, e Moscou bombardeou porque estava se defendendo de um ataque.
Sindicalismo
Segundo o artigo, “as duas principais federações sindicais da Ucrânia lançaram um apelo à solidariedade da classe trabalhadora na Conferência Internacional do Trabalho, realizada de 2 a 13 de junho, em Genebra. O apelo foi assinado por Mykhailo Volynets, presidente dos Sindicatos Livres da Ucrânia (KVPU), e Grygorii Osovyi, presidente da Federação dos Sindicatos da Ucrânia” [grifo nosso].
Muito mais do que solidariedade, os sindicatos teriam que lutar pelo fim da guerra, teria que acusar a OTAN de estar por trás dessa carnificina que ocorre na Ucrânia.
É uma conduta criminosa condenar o que eles dizem ser uma “onda de bombardeios russos em cidades ucranianas e o assassinato de civis”. Estão também servindo à propaganda imperialista contra a Rússia.
Desespero
A gritaria dessa esquerda “otanista” tem um motivo: A Rússia está impondo uma derrota sem precedentes ao imperialismo. Ao mesmo tempo, no coração do imperialismo, nos EUA, se desenrola uma crise entre o grande capital doméstico e o grande capital financeiro. Donald Trump, sofrendo enorme pressão de sua base, quer tirar dinheiro das guerras para aplicar na própria economia, sem sucesso até aqui.
É importante desmascarar grupos como esse The Militant, que só pode estar militando em favor do imperialismo, o que os coloca como inimigos da classe trabalhadora.