O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Majid Takht-Ravanchi, reafirmou nesta quinta-feira (3) que o país continuará enriquecendo urânio de acordo com suas necessidades nacionais, mesmo após os recentes ataques das forças dos EUA e de “Israel” contra instalações nucleares iranianas. “O Irã não planeja novas respostas aos Estados Unidos, a menos que Washington realize novas ações agressivas”, declarou.

A declaração deixa claro que a República Islâmica mantém sua política de firmeza diante da ofensiva coordenada entre o imperialismo norte-americano e a entidade sionista. Takht-Ravanchi reiterou que Teerã permanece aberto a negociações, mas impõe uma condição elementar: “os Estados Unidos precisam nos convencer de que não recorrerão à força militar durante as negociações. Esta é uma exigência fundamental para que nossa liderança decida sobre uma nova rodada de conversas”.

O diplomata também denunciou o histórico de traições por parte dos norte-americanos. “Como podemos confiar nos Estados Unidos?”, questionou. Segundo ele, o país imperialista enganou o Irã reiteradamente e impôs graves sofrimentos à população iraniana com sua política agressiva.

O parlamentar iraniano Alaeddin Boroujerdi, membro do Comitê de Segurança Nacional, endossou a posição do governo e enfatizou: “o Irã continuará o enriquecimento de urânio no nível necessário aos seus interesses nacionais”.

A ofensiva imperialista levou o parlamento iraniano a aprovar uma lei que suspende a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A medida é uma resposta à cumplicidade do órgão com os ataques. “Por que nossas instalações nucleares foram atacadas e vocês permaneceram em silêncio? Por que deram sinal verde a essas ações?”, indagou um dos parlamentares.

Mesmo o diretor da AIEA, Rafael Grossi, foi obrigado a reconhecer que os avanços do Irã no setor nuclear são irreversíveis. “O conhecimento nuclear no Irã não pode ser apagado, e suas capacidades não podem ser desfeitas”, admitiu.

Segundo a revista norte-americana Foreign Policy, os ataques iranianos de retaliação demonstraram grande precisão e eficácia: bases militares, centros de pesquisa e refinarias tanto dos EUA como de “Israel” foram atingidos, inclusive o Instituto Weizmann, associado ao programa nuclear sionista. Os sistemas de defesa, como os mísseis THAAD fornecidos pelos EUA, foram incapazes de impedir os danos — ao todo, estima-se que “Israel” tenha gasto US$500 milhões em interceptadores.

O impacto econômico da ofensiva iraniana também foi significativo: o aeroporto de Ben Gurion foi fechado, houve fuga de capitais e dezenas de milhares de pedidos de indenização por danos de guerra foram registrados. A gravidade da situação levou figuras como Steve Bannon a admitir que o cessar-fogo era necessário “para salvar Israel”. O ex-presidente Donald Trump também declarou que “Israel” foi atingido “muito duramente”.

Em uma fala reveladora, Trump disse ainda que os EUA permitiriam que a China comprasse petróleo iraniano, a fim de “ajudar o Irã a se reerguer” — uma tentativa de conter a radicalização do regime contra o imperialismo.

Apesar da violência imposta, o povo iraniano respondeu com unidade nacional. As agressões do imperialismo, longe de causar instabilidade interna, mobilizaram amplos setores da sociedade iraniana — artistas, esportistas e ativistas se engajaram em ações de solidariedade, enquanto milhares de famílias abriram suas casas para os atingidos. Como observou o analista Toossi, “a guerra unificou uma sociedade polarizada em torno da resistência à agressão estrangeira”.

Em suma, a tentativa do imperialismo de conter o avanço do Irã fracassou. A política de pressão e ataque, além de não deter o enriquecimento de urânio, fortaleceu a soberania nacional iraniana e expôs a fragilidade do bloco sionista diante de um país que se recusa a se ajoelhar.

Ao analisar o desfecho da guerra dos 12 dias entre Irã e “Israel”, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), defendeu que o Irã “se sobrepôs ao sionismo”, demonstrando uma “superioridade esmagadora”. Apesar das perdas iranianas, Pimenta acredita que “Israel” sofreu danos mais significativos em sua infraestrutura.

Ele declarou que o conflito marca o “começo do fim do Estado sionista”:

“Israel acaba de perder a sua função no Oriente Médio. Eu acho que não tem como você manter o estado de ‘Israel’ nas condições em que a coisa está colocada nesse momento”, enfatizou durante entrevista ao jornalista Breno Altman, editor-chefe do Opera Mundi.

Pimenta explicou que o colonialismo se baseia em uma desproporção de forças, e que o Irã agora é militarmente superior a “Israel”, tornando a manutenção do Estado sionista insustentável. Essa mudança de cenário, para ele, pode ter “implicações a favor da causa palestina”.

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Last Update: 05/07/2025