De acordo com uma pesquisa divulgada pelo jornal israelense Maariv, apenas 4% dos israelenses acreditam que a guerra alcançou seus objetivos. O dado expõe a crise do governo de Benjamin Netaniahu que, após meses de massacre contra o povo palestino, não conseguiu sequer convencer sua população de que sua política de extermínio teve algum sucesso.

Os resultados também mostraram que 67% dos israelenses acreditam que os objetivos da guerra foram alcançados apenas parcialmente, enquanto a mesma porcentagem considera o retorno dos residentes palestinos ao norte de Gaza uma indicação de que a guerra terminou.

O ministro da Polícia de “Israel”, Itamar Ben-Gvir, afirmou que “as imagens vindas de Gaza confirmam que o que aconteceu até agora não foi uma vitória completa, mas um fracasso completo”, contrapondo-se ao voto de “vitória total” proferido por Netaniahu durante a guerra.

Ben-Gvir, em suas considerações logo após o acordo de cessar-fogo, afirmou que esse é uma “rendição ao terror” que “cruza todas as linhas vermelhas ideológicas”. Ele ainda declarou: “Este acordo de troca de prisioneiros é sem precedentes, e o governo de “Israel” escolheu o caminho da submissão”, referindo-se às concessões feitas pelo regime para garantir a libertação de prisioneiros israelenses.

Reforçando essa visão, um analista militar do jornal israelense Haaretz afirmou que as cenas dos palestinos retornando ao norte de Gaza através da travessia de Netzarim “demolem a ilusão de uma vitória absoluta”.

Esses comentários surgem após imagens mostrarem grandes multidões reunindo-se em Jabalia, no norte de Gaza, e em Khan Younis, no sul, particularmente perto da casa do líder do Hamas, Yahya Sinwar, no momento da entrega dos prisioneiros israelenses.

Sobre o mesmo assunto, o líder do partido Yisrael Beiteinu, Avigdor Lieberman, afirmou que “as imagens de Gaza provam que devemos nos separar dela para sempre”, demonstrando que, mesmo diante da derrota total de “Israel”, os sionistas permanecem convictos de sua política expansionista.

Quanto ao acordo de cessar-fogo, o ex-general israelense Giora Eiland declarou: “O Hamas se recuperará do duro golpe que sofreu, nem todos os reféns retornarão e Israel não eliminará a autoridade do Hamas”.

A primeira fase do cessar-fogo durará seis semanas. Ela trata essencialmente da troca de prisioneiros e do envio de ajuda humanitária às dezenas de milhares de feridos e doentes em Gaza, além do encaminhamento das pessoas em estado mais grave para outros países, onde poderão receber atendimento adequado.

Desde o início do conflito, mais de 47 mil palestinos foram assassinados por “Israel”, incluindo 17 mil crianças. No início deste ano, foi assinado o acordo de cessar-fogo, marcando uma vitória histórica do Hamas e de toda a Resistência Palestina no conflito contra “Israel”.

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Last Update: 02/02/2025