
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens do governo de Jair Bolsonaro (PL), começou o seu depoimento como réu por tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (9). A sessão acontece na primeira turma do STF e está sendo comandada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.
No início da oitiva, Cid já confirmou a denúncia de golpe, dizendo que “presenciou grande parte dos fatos, mas não participou deles”.
O julgamento do “núcleo 1”, separado assim pela Procuradoria-Geral da República (PGR), começa por Cid dado o seu acordo de delação premiada. Após o militar, os demais investigados, incluindo o ex-presidente Bolsonaro, vão depor seguindo uma ordem alfabética, sendo:
– Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin)
– Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha)
– Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
– Augusto Heleno (ex-GSI)
– Jair Bolsonaro (ex-presidente)
– Paulo Sérgio Nogueira (ex-Defesa)
– Walter Braga Netto (ex-Casa Civil)
Braga Netto, único que não estará presente fisicamente por estar preso no Rio, será interrogado por videoconferência com sua imagem exibida em telão.
Acompanhe o depoimento de Cid ao vivo:
Bolsonaro falará
A defesa de Bolsonaro afirmou que ele não ficará em silêncio durante o interrogatório sobre a trama golpista. Os réus têm direito garantido pela Constituição Federal de permanecer em silêncio durante depoimento. À CNN Brasil, o advogado criminalista Celso Vilardi, que defende o ex-presidente no caso, afirmou que ele não ficará calado.
Na última sexta (6), durante um evento do PL Mulher, em Brasília, Bolsonaro já havia adiantado que não usaria o direito à não autoincriminação durante a oitiva desta segunda. Ele pediu para que seus apoiadores acompanhem o depoimento e prometeu não “lacrar”.
“Não vou lá para lacrar, para querer crescer, para querer desafiar quem quer que seja. Estarei lá com a verdade ao nosso lado. Não fugimos de qualquer chamamento, sabemos o que falar e temos uma coisa ao nosso lado, que o outro lado não tem. Temos a verdade do nosso lado”, disse ele.