
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos em uma espécie de autoexílio, acusou nesta quinta-feira (24) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de tentar “matar” seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita em publicação no Rumble e no X (antigo Twitter), onde ele compartilhou conteúdos de apoiadores da direita norte-americana.
Eduardo Bolsonaro repercutiu um vídeo publicado pelo conspiracionista americano Alex Jones, condenado nos EUA por divulgar fake news. O vídeo mostra o momento em que uma oficial de justiça entrega uma intimação judicial a Jair Bolsonaro dentro da UTI do Hospital DF Star, em Brasília. O ex-presidente está internado há 12 dias após uma cirurgia para tratar uma obstrução intestinal.
No post, Eduardo afirmou: “Quem poderia imaginar que intimar uma pessoa em uma UTI dez dias após passar por uma cirurgia de 12 horas pioraria seu estado de saúde. Só há uma resposta para isso: Alexandre de Moraes quer matar Bolsonaro”.
O deputado também compartilhou uma reportagem em inglês sobre o boletim médico mais recente de Jair Bolsonaro, que aponta piora no quadro clínico, incluindo pressão arterial elevada e aumento de enzimas hepáticas — alterações que a equipe médica atribuiu ao jejum oral prolongado.
Steve Bannon preocupado com a possibilidade de Moraes assassinar Bolsonaro.
🎥 @Bannons_WarRoom pic.twitter.com/F7Pt0y22sY
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) April 24, 2025
Aliados de Trump saem em defesa de Bolsonaro
A postagem de Eduardo Bolsonaro foi acompanhada por manifestações de apoio de nomes ligados ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Entre eles estão Steve Bannon, ex-estrategista de Trump; Jason Miller, ex-porta-voz do republicano; e Ian Miles Cheong, influenciador da direita americana.
Michael Benz, ex-funcionário do Departamento de Estado na gestão Trump, também reagiu à intimação de Bolsonaro. Em suas redes sociais, Benz classificou o ato como “monstruoso” e chegou a defender que os Estados Unidos imponham sanções ao Brasil até que Alexandre de Moraes seja alvo de impeachment.
Benz ganhou destaque entre bolsonaristas após alegar, sem provas, que a USAID teria atuado para influenciar negativamente a eleição de Bolsonaro em 2022.
A Comissão de Relações Exteriores da Câmara, presidida remotamente por Eduardo Bolsonaro com apoio do deputado Filipe Barros (PL-PR), convocou Benz para prestar esclarecimentos sobre o suposto envolvimento da USAID no pleito brasileiro.
Autoexílio de Eduardo Bolsonaro nos EUA
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o final de fevereiro e anunciou em 18 de março que permaneceria no país por tempo indeterminado, alegando risco de prisão por ordens de Alexandre de Moraes. O deputado afirmou que só retornará ao Brasil quando o ministro do STF for “devidamente punido por seus crimes e abuso de autoridade”.
O parlamentar declarou ainda que consultou advogados de imigração e um criminalista brasileiro antes de decidir pelo afastamento. Segundo ele, sua licença do cargo de deputado federal é temporária, mas não há prazo definido para o retorno. Como o afastamento ultrapassou 120 dias, o suplente Missionário José Olímpio assumiu temporariamente a vaga na Câmara.
Eduardo Bolsonaro, que mantém laços próximos com Donald Trump e seu filho Donald Trump Jr., também disse em vídeo divulgado nas redes sociais que poderia jamais ver o pai novamente. À época, afirmou estar sendo orientado a solicitar asilo político — possibilidade que ainda não se confirmou.
“Se Alexandre de Moraes quer prender meu passaporte ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar seus crimes nos EUA, então é justamente aqui que vou ficar e trabalhar mais do que nunca”, declarou Eduardo.
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