
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a fabricação, venda e distribuição de três marcas do “pé para preparo de bebida sabor café”, conhecido como “café fake”. A determinação se dá após inspeções encontrarem uma toxina, a ocratoxina A (OTA), substância imprópria para consumo de humanos.
As três marcas proibidas são Melissa, Pingo Preto e Oficial. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) já havia classificado os três produtos como impróprios para consumo no fim do mês passado por presença de micotoxinas produzidas por fungos em quantidade superior ao tolerado.
A agência determinou, além da venda, a propaganda e o uso dos produtos, além do recolhimento de todos os lotes dos “cafés fake”. A resolução da Anvisa foi divulgada nesta segunda (2) e aponta que as marcas utilizavam ingredientes de qualidade inferior, como grãos crus e resíduos.
A OTA é uma toxina que pode contaminar alimentos como grãos, café e carnes, e afeta principalmente os rins. A toxina é geralmente associada a doenças renais crônicas, tumores urinários e outras inflamações crônicas.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) ainda aponta que a OTA pode afetar o desenvolvimento de fetos e comprometer o sistema imunológico, deixando humanos mais vulneráveis a infecções.
“Ao contrário das evidências claras de toxicidade renal e câncer renal devido à exposição à ocratoxina A em animais, essa associação em humanos não é clara; no entanto, efeitos nos rins já foram demonstrados”, diz uma publicação de 2023 da OMS.
O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério, Hugo Caruso, afirmou, durante uma inspeção em abril, que os produtos eram feitos a partir de “lixo da lavoura”.