Em pronunciamento televisionado nesta quinta-feira (13), Saied Abdul-Malik al-Houthi, líder do Ansar Alá — movimento popular revolucionário do Iêmen — denunciou a agressão sionista contra a República Islâmica do Irã como parte de uma ofensiva coordenada do imperialismo para subjugar os povos do Oriente Médio. Para al-Houthi, os ataques marcam uma “escalada perigosa” da guerra encabeçada pelos Estados Unidos e revelam uma tentativa desesperada de manter sua dominação regional diante do avanço da resistência.

“O Ocidente utilizou a questão nuclear como desculpa para a agressão, mesmo sendo os Estados Unidos os únicos a terem usado armas nucleares”, afirmou al-Houthi. Ele reiterou que o programa nuclear iraniano é pacífico, amparado inclusive por uma fatwa — um édito religioso — emitida pelo líder da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, que proíbe a fabricação e o uso de armas de destruição em massa.

Em contraste com a campanha propagandística dos países imperialistas, al-Houthi destacou que a entidade sionista, com seu arsenal atômico secreto, “é a primeira que deveria ser desarmada”. Segundo ele, trata-se de “uma entidade criminosa que age com total impunidade, protegida pelas potências ocidentais”.

Uma resposta que mudou o equilíbrio

O líder do Ansar Alá elogiou enfaticamente a resposta iraniana aos ataques, classificando a operação como “uma das mais significativas já realizadas” e destacando seus efeitos profundos sobre a estrutura militar e de inteligência do inimigo sionista. “O inimigo está cambaleando diante das consequências e tenta, agora, distorcer os fatos para encobrir sua fragilidade”, afirmou.

Segundo al-Houthi, a resposta do Irã revelou que o país não está subordinado ao Ocidente, mas é uma nação soberana e resiliente, que constrói seu próprio caminho. “O Irã é uma pátria independente, que edifica um renascimento islâmico baseado na autodeterminação”, afirmou.

“Rendição incondicional” é “palhaçada”

O dirigente iemenita ridicularizou as declarações do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que exigiu a rendição incondicional do Irã. “É nonsense e palhaçada. O Irã é uma nação profundamente enraizada, poderosa. Não é como a entidade sionista ilegítima, um enclave colonial artificial sustentado pela força”, declarou.

Contra a submissão aos EUA

Al-Houthi alertou os povos árabes e muçulmanos sobre o papel dos Estados Unidos, que, segundo ele, trabalham abertamente para alinhar os países da região com os interesses sionistas. “As nações árabes e islâmicas não devem se submeter aos Estados Unidos, que atuam para forçar seus aliados a adotarem a posição de ‘Israel’”, advertiu.

O líder do Ansar Alá denunciou ainda a cumplicidade dos regimes que permitem a violação de seu espaço aéreo por aviões sionistas. “Alguns dizem não querer participar do conflito, mas, ao abrirem seu espaço aéreo ao inimigo, estão diretamente envolvidos”, afirmou, citando o Iraque como um exemplo central.

Gaza e Irã: a mesma batalha

Al-Houthi deixou claro que a guerra travada contra o Irã faz parte da mesma ofensiva que promove o genocídio na Faixa de Gaza. “A batalha vai de Gaza ao Irã. É uma só luta, uma só causa, uma só nação”, declarou. Ele afirmou que o Irã é alvo por apoiar firmemente a resistência palestina, opondo-se à ocupação sionista de forma incondicional.

O dirigente iemenita denunciou também os massacres sistemáticos perpetrados por “Israel” contra palestinos famintos, assassinados enquanto aguardam ajuda alimentar. “O inimigo transformou centros de distribuição de alimentos em armadilhas de morte”, disse, em referência aos bombardeios diários praticados pelas forças de ocupação.

Ele criticou ainda a chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF), um mecanismo de “ajuda” criado sob tutela norte-americana e em coordenação direta com o exército sionista. “Essa fundação se tornou o centro de um modelo militarizado de assistência, responsável por massacres e repressão”, declarou.

Al-Aqsa e a colonização sionista

Al-Houthi chamou a atenção para as provocações do regime sionista na Mesquita de al-Aqsa, incluindo sua militarização e o impedimento do acesso dos fiéis muçulmanos ao local sagrado. “São ações extremamente perigosas, que visam avançar seus objetivos coloniais enquanto o mundo está distraído”, afirmou.

O papel do Ansar Alá

Encerrando sua fala, o líder do Ansar Alá reiterou o compromisso de seu movimento com a luta contra o sionismo e o imperialismo. “Nossas operações militares contra o inimigo sionista continuam. O bloqueio marítimo está mantido e sob pleno controle de nossas forças”, anunciou.

Para ele, a mobilização popular no Iêmen, que levou milhões às ruas em apoio à Palestina, não é apenas um ato de solidariedade, mas parte ativa da luta de libertação nacional. “Essa mobilização é uma fonte de força, firmeza e progresso para o Iêmen. É a expressão da consciência e da dignidade de um povo que se recusa a ser escravizado”, concluiu.

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Last Update: 20/06/2025