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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, rebateu as declarações de Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos demitido após acusações de assédio sexual. Em entrevista, ele afirmou que a ex-colega “se perdeu num personagem” e negou as denúncias.
Em nota divulgada nesta segunda (24), Anielle diz que Silvio tenta “descredibilizar vítimas de assédio” com a declaração. “Minimizar suas dores e transformar relatos graves em ‘fofocas’ e ‘brigas políticas’ é inaceitável”, aponta a ministra.
Ele vai prestar um depoimento à Polícia Federal nesta semana e Anielle afirma que sua entrevista faz parte de uma “estratégia repulsiva”.
“Na véspera de prestar depoimento à Polícia Federal como investigado, o acusado escolheu utilizar um espaço público para atacar e desqualificar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas”, prossegue.
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A ministra ainda chama as declarações de Silvio de tentativa de “insinuar retaliações descabidas contra quem denuncia” e afirma que a estratégia “reforça estruturas de silenciamento e impunidade”. Ela afirma que confia nas investigações sobre o caso.
“Importunação sexual não é questão política, é crime. Sendo assim, reitero minha confiança na seriedade das investigações conduzidas pela Polícia Federal e reforço meu compromisso com a defesa das vítimas e o combate à violência de gênero e raça”, completa.
O ex-ministro foi demitido do governo Lula em setembro passado após a ONG Me Too dizer que recebeu denúncias de mulheres que teriam sido assediadas por Silvio. A lista de vítimas, segundo a entidade, incluía Anielle.
Leia a nota na íntegra:
A tentativa de descredibilizar vítimas de assédio sexual, minimizar suas dores e transformar relatos graves em “fofocas” e “brigas políticas” é inaceitável.
Na véspera de prestar depoimento à Polícia Federal como investigado, o acusado escolheu utilizar um espaço público para atacar e desqualificar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas.
O direito à defesa é assegurado, mas não pode ser usado como instrumento de desinformação e revitimização. Insinuar retaliações descabidas contra quem denuncia é uma estratégia repulsiva que reforça estruturas de silenciamento e impunidade.
Importunação sexual não é questão política, é crime. Sendo assim, reitero minha confiança na seriedade das investigações conduzidas pela Polícia Federal e reforço meu compromisso com a defesa das vítimas e o combate à violência de gênero e raça.
Ministra da Igualdade Racial – Anielle Franco
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