Pedro Luiz da Silva Soares, Patrick Uelinton Salomão e André de Oliveira Macedo são outras lideranças do PCC foragidos da Polícia. Foto: Reprodução

Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, foi preso nesta sexta-feira (16) em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Considerado um possível sucessor de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, na liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), ele estava com documentos falsos no momento da detenção.

Agora, ele aguarda uma decisão da Justiça boliviana que poderá resultar em sua extradição ou expulsão para o Brasil nos próximos dias. A prisão fortalece a convicção do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) de que a Bolívia se consolidou como um refúgio estratégico para integrantes da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Segundo o promotor Lincoln Gakiya, que atua no Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), pelo menos três importantes líderes da facção estariam em liberdade no território boliviano: Patrick Uelinton Salomão, conhecido como Forjado; Pedro Luiz da Silva Soares, o Chacal; e André de Oliveira Macedo, mais conhecido como André do Rap.

Segundo Gakiya, a Bolívia foi escolhida por facilitar a obtenção de documentos falsificados e pela vulnerabilidade institucional, que permite aos criminosos circularem livremente e até estabelecerem negócios.

O promotor Lincoln Gakiya. Foto: Divulgação

Ele cita o caso de outro integrante da facção, conhecido como Mijão, que vive com luxo em Santa Cruz, onde é proprietário de uma casa de shows e um restaurante. Mesmo procurado há mais de duas décadas no Brasil, o criminoso circula livremente no país andino.

“O Tuta estava tão à vontade que chegou a procurar as autoridades bolivianas para renovar documentos falsos. Isso mostra o nível de tranquilidade com que esses líderes vivem lá”, afirmou Gakiya.

De acordo com o promotor, o PCC domina atualmente o território boliviano. A migração dos criminosos da facção do Paraguai para a Bolívia teria ocorrido ainda na década de 2010, justamente por causa da corrupção entre policiais e servidores públicos locais, o que torna o país um ambiente seguro para manter as operações do grupo longe do alcance da polícia brasileira.

A prisão de Tuta também revela, segundo o MP-SP, a formação de uma célula da “Sintonia Final” do PCC — núcleo estratégico da organização — em Santa Cruz de la Sierra, considerada a cidade mais rica e influente da Bolívia. O objetivo é claro: garantir a continuidade e a expansão das atividades do tráfico de drogas, ainda a principal fonte de renda da facção.

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Last Update: 18/05/2025