Momento da queda do avião em Vinhedo (SP) registrado por vizinhos

De acordo com o especialista em aviação Lito Souza, o avião “chegou a uma condição em que a velocidade dele era muito baixa, e aí ele perdeu sustenção. Só que ele perdeu sustentação descendo na condição horizontal, sem inclinar o nariz, sem inclinar a asa. Ele desceu em parafuso chato [movimento feito pela aeronave]”.

“Se você não consegue inclinar o nariz do avião para ter velocidade horizontal e reganhar autoridade aerodinâmica, você não consegue planar. Para planar, é necessário ter velocidade horizontal, e pelo que a gente viu nos vídeos, o avião desce na vertical, sem nenhuma velocidade horizontal”, acrescentou.

O estol acontece quando a asa do avião perde totalmente a sustentação, resultando em uma queda abrupta. Em certas circunstâncias, é possível conseguir recuperar a altitude se a aeronave mantiver uma velocidade e altitude adequadas.

“A gente vê nas imagens que o avião tem algum problema de controle, porque ele não conseguia mais se sustentar. Pela imagem, está em estol, ou seja, perdeu a sustentação. Ela precisa de uma velocidade mínima para que consiga manter a sua sustentação no ar”, explicou Geraldo Portela, especialista em gerenciamento de risco e segurança.

Especialistas ainda indicam que o acúmulo de gelo nas asas pode ser uma possível causa de estol. No entanto, eles ressaltam que ainda é cedo para confirmar a causa exata do acidente.

Gelo criado na asa do avião. Foto: Divulgação

“A asa tem um perfil aerodinâmico e o acúmulo de gelo lá no ponto de ataque, geralmente, na frente da asa pode fazer com que esse avião perca as características aerodinâmicas que ele tem e torná-lo mais difícil de voar. Portanto, se ele estiver em velocidade mais baixa, pode ser que ele caia. Agora, o que que levou isso daqui?”, afirmou um engenheiro aeronáutico e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

O engenheiro acrescenta que, embora a formação de gelo seja uma possibilidade, outros fatores, como defeitos mecânicos, também não podem ser descartados. “É muito arriscado antecipar essa informação. É uma possibilidade só. Assim como outras, algum defeito mecânico, não posso te afirmar. Agora, com uma certeza eu tenho, esse avião caiu ‘estolado’ em parafuso.”

A Voepass Linhas Aéreas afirmou que está oferecendo todo o apoio necessário às famílias envolvidas e que ainda não há confirmação sobre as causas do acidente. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Aeronáutica responsável pela investigação de acidentes aéreos, está conduzindo uma apuração detalhada para esclarecer as circunstâncias do trágico evento.

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