A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou a influenciadora e modelo Ana Paula Minerato pelo crime de racismo. Ela é acusada de ofensas à cantora Ananda, integrante do grupo Melanina Carioca, em mensagens de áudio que vazaram.
A delegada Rita Salim, titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) da Polícia Civil fluminense, concluiu que os áudios, que incluem termos como “cabelo duro”, “neguinha” e “empregada”, reforçam estereótipos racistas.
Ana Paula Minerato foi ouvida pela Decradi e reconheceu que era a autora do áudio, mas disse que as falas foram retiradas de contexto. Ela afirmou, ainda, que a agravação foi feita sem consentimento por um homem com quem se relacionou.
Em janeiro deste ano, a Justiça de São Paulo atendeu a um pedido do Ministério Público paulista e decidiu arquivar uma queixa-crime contra a influenciadora sobre o mesmo caso, alegando falta de provas.
Entenda o caso
Em novembro de 2024, circularam pelas redes sociais áudios atribuídos a Ana Paula Minerato com ofensas racistas a Ananda. Dias após a divulgação, a própria influenciadora reconheceu que de fato era a autora das agressões. Ananda era a companheira de um ex-namorado de Minerato.
“Empregada do cabelo duro. Você gosta de cabelo duro? Não sabia que você gostava de mina com cabelo duro. Você gosta de mina com cabelo duro? Cabelo duro, você gosta? Você gosta de mina de cabelo duro, de neguinha? Você gosta de neguinha? Porque isso aí é neguinha, né!? Alguém ali o pai ou a mãe veio da África”, diz a influenciadora no áudio divulgado.
Após a divulgação do caso, Ana Paula Minerato foi desligada pela escola de samba Gaviões da Fiel, da qual era destaque, de todas as atividades e representações ligadas à agremiação. A modelo também foi demitida da Band, onde estava contratada desde 2015 e atuava como titular de um programa diário na rádio Band FM.
CartaCapital entrou em contato com Ana Paula Minerato, que ainda não se pronunciou sobre o indiciamento, e aguarda retorno.