O Brasil é uma nação rica — não apenas em recursos naturais, mas em inteligência coletiva. Espalhados pelo país, temos universidades, institutos federais, hospitais de excelência e redes sociais organizadas que, quando bem articuladas, podem gerar soluções poderosas para os desafios nacionais.
É exatamente essa arte de montar políticas públicas que está sendo praticada pelo Ministério da Saúde, sob liderança de Alexandre Padilha, e com destaque para a atuação de Ana Estela Haddad, à frente da Secretaria de Saúde Digital.
Esse modelo pode ser aplicado em qualquer área, para apoio às Pequenas e Micro Empresas, para agricultura familiar, para estímulos à inovação. O importante é entender a receita do bolo: juntar elementos existentes em um todo lógico, com papéis bem definidos de cada agente e governança transparente e democrática.
O que está sendo feito?
Ana Estela reuniu diversos elementos que já existiam, mas estavam dispersos:
- O sistema SUS.
- A rede de universidades e institutos federais.
- Hospitais universitários e privados.
- Sistemas de digitalização do governo.
Dessa integração nasceu um plano ambicioso: levar a telessaúde a todos os cantos do país, com equipamentos modernos nas UBS (Unidades Básicas de Saúde), conectando pacientes a hospitais de referência — inclusive de outros estados.
Aqui, um resumo da entrevista que fiz com Ana Estela, devidamente organizado por Inteligência Artificial.
Transformação digital soberana
A criação da Secretaria de Saúde Digital, em 2023, marcou um novo momento. Pela primeira vez, o Ministério da Saúde passou a integrar:
- Prontuário eletrônico interoperável.
- Sistemas de informação conectados.
- Telessaúde (atendimento remoto).
- Produção e análise de dados para vigilância e formulação de políticas.
Tudo isso com foco em uma transformação digital soberana, ou seja, com proteção de dados no território brasileiro e uso de inteligência artificial treinada com dados nacionais.
Editais e investimentos
Em 2025, dois editais foram lançados:
- Para ampliar a oferta de telessaúde no setor público.
- Para credenciar serviços privados, criando um catálogo nacional.
Além disso, foram adquiridos 3 mil kits de TI para equipar salas de teleatendimento nas UBS, com computadores, TVs e multimídia.
Casos de sucesso já em andamento
- Santa Catarina: centro de ECG com 11 milhões de laudos em 20 anos.
- Goiás: centro de telediagnóstico em oftalmologia.
- HCOR/Agacor: teleassistência em cirurgias cardíacas infantis, com médicos orientando equipes em Manaus em tempo real.
Essas experiências agora fazem parte de um plano nacional, com financiamento estável e visão estratégica.
Segurança e controle do paciente
O sistema Meu SUS Digital já permite:
- Acesso ao histórico de atendimentos.
- Caderneta digital da criança.
- Laudos e registros clínicos.
A meta é ter o histórico completo de saúde do paciente na palma da mão, com segurança e sigilo garantidos.
Desafios e oportunidades
O Brasil não precisa competir diretamente com EUA ou China em inovação. Pode usar sua rede de universidades, institutos e hospitais para criar soluções próprias, com base em suas necessidades e dados populacionais.
A meta é consolidar um ecossistema público-privado coordenado, evitando a fragmentação e garantindo escala nacional.
Conclusão: a política pública como arte
O trabalho de Ana Estela Haddad mostra que política pública não é só gestão — é arte. É saber juntar peças, integrar saberes, e transformar inteligência dispersa em soluções concretas. O Brasil tem tudo para ser referência mundial em saúde digital. E está no caminho certo.
Leia também: