
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, cotada para disputar a Presidência em 2026, causou um racha dentro da base bolsonarista, conforme informações da Folha de S.Paulo.
Desde que assumiu o comando do PL Mulher em março de 2023, com aval de Valdemar Costa Neto, presidente do partido, Michelle, com um orçamento mensal de R$ 860 mil, tem ampliado seu “protagonismo político” ao percorrer o Brasil promovendo encontros.
Com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, Michelle passou a ser apontada como plano B da direita, mas sua ascensão está longe de ser unanimidade na base bolsonarista. Aliados próximos ao ex-presidente criticam seu comportamento e veem sua liderança como imatura e difícil de lidar.
Em maio, o UOL revelou mensagens em que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e Fábio Wajngarten, ex-assessor do ex-presidente, criticavam abertamente Michelle. Cid chegou a dizer que preferiria Lula (PT) como candidato, enquanto Wajngarten afirmou que nem ele, nem os filhos de Bolsonaro apoiam a ex-primeira-dama.
A resposta de Michelle veio rápido: descontente com os ataques, exigiu e conseguiu a demissão de Wajngarten do PL.
Dentro do partido, há quem acredite que Valdemar viu em Michelle uma figura manipulável, uma aposta pessoal para manter influência sobre o futuro da legenda.
A estrutura e os recursos direcionados ao PL Mulher incomodam membros da sigla. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, por exemplo, não recebeu o mesmo investimento da diretoria do partido.
A leitura entre bolsonaristas é que Michelle se comporta com impulsividade, não aceita ser contrariada e ainda não tem preparo para comandar um projeto presidencial.
Até Jair Bolsonaro já demonstrou dúvidas sobre a capacidade da esposa. Dois anos atrás, ele disse que Michelle precisava de “algo mais” para ser candidata. Desde então, sua postura em relação à ex-primeira-dama oscilou, mas, mesmo inelegível, o ex-capitão ainda insiste em afirmar que será candidato em 2026.
