O governo federal divulgou que o desmatamento na Amazônia registrou uma diminuição expressiva de 45,7% no período de agosto de 2023 a julho de 2024, alcançando o menor valor da série histórica com 4.314,76 quilômetros quadrados.
Essa informação foi fornecida pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Simultaneamente, o desmatamento no Cerrado apresentou um aumento de 9%, alcançando cerca de 7.015 km² no mesmo período.
A redução na Amazônia segue um ano anterior já caracterizado por uma diminuição de 7,4%, indicando uma tendência positiva de redução no desmatamento.
O governo atribui esses resultados ao eficaz funcionamento de todos os eixos do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), destacando não apenas as iniciativas de monitoramento e controle ambiental, mas também o ordenamento territorial e fundiário.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltou a importância da correta destinação de áreas ainda não designadas, como unidades de conservação e terras indígenas, como parte crucial para alcançar o objetivo de desmatamento zero.
O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, reiterou que o compromisso do governo é com uma rota de redução contínua e destacou a cooperação entre os poderes Executivo e Legislativo, além de diversos setores da sociedade.
Por outro lado, o aumento no Cerrado é visto com preocupação e está sendo analisado como um possível deslocamento da pressão de desmatamento da Amazônia para este bioma, frequentemente associado a atividades agropecuárias como a produção de carne e soja.
O secretário-executivo do MMA apontou que, apesar dos números crescentes, a projeção era de um aumento ainda mais acentuado, o que foi evitado graças a ações governamentais robustas, incluindo o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Bioma Cerrado (PPCerrado).
As declarações foram feitas durante uma coletiva de imprensa que também contou com a participação da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, que enfatizou a importância de continuar aprimorando as políticas públicas para coibir o desmatamento e enfrentar o aquecimento global de forma urgente.
Os dados refletem um momento crucial para as políticas ambientais do Brasil, em meio a compromissos internacionais e a pressão global por ações mais efetivas contra o desmatamento.