Para aqueles que acreditam que a tal “oposição”, “Alternativa Bancária” (nem ao menos conseguem ser originais, nome esse copiado da antiga Alternativa Bancária formada pela corrente interna do PT: Articulação), formada pelo PSTU/Conlutas, PSOL/Intersindical, PCB, UP, PCBR e seus satélites, são organizações “operárias”, de “luta” etc., é preciso uma séria reflexão sobre a conduta destas correntes sindicais (Maranhão, Rio Grande do Norte e Bauru) na categoria dos bancários.
Primeiramente, sempre é bom deixar claro que esses setores não são alternativa a nada: só aparecem em época de eleição e não defendem os interesses da categoria. É uma turma da “boquinha”, que persegue uma vaga na burocracia sindical.
Apenas para lembrar um caso: Juliana Donato, ex-PSTU e hoje no PSOL, da tal “oposição”, foi eleita para o cargo de CAREF (Conselho de Administração Representante dos Funcionários) com apoio de setores da direita do Banco do Brasil e, mesmo se apresentando como “oposição” à direção do Sindicato dos Bancários de São Paulo e com um suposto “discurso de esquerda”, na época chamou os trabalhadores do BB a acreditar que um processo totalmente controlado pela direção do banco poderia trazer algum avanço para o movimento dos trabalhadores. Todo mundo sabe que esses cargos nos altos escalões das empresas têm sido meramente uma forma de cooptação dos “representantes” sindicais, por meio de altos salários e privilégios.
Em segundo lugar, a tal “oposição” “Alternativa Bancária” chama os bancários a se sindicalizar num momento antecedente à formação de chapa para a direção do sindicato, ou seja, apenas no momento da eleição, sem nenhum compromisso de fortalecer o sindicato e a luta da categoria: um verdadeiro oportunismo eleitoral.
Além disso, faz calúnias contra a atual direção do Sindicato dos Bancários de Brasília quando acusa, sem provas, ao afirmar que “para as oposições sindicais, a CUT é bastante democrática (sic): usando de métodos para impedir a participação de divergências, impõe uma comissão eleitoral toda ligada aos seus interesses, cujo objetivo é impugnar as chapas opositoras”. (Boletim Alternativa Bancária DF: “Por eleições democráticas no sindicato dos bancários de Brasília!”)
Ao contrário do que afirmam, o método da impugnação utilizado por essa “esquerda” coxinha não é novidade na eleição dos bancários. Na eleição do triênio 2013/2016, essa mesma “oposição” tentou, por meio de um processo farsesco, a impugnação da chapa de Bancários em Luta, da Corrente Sindical Nacional Causa Operária, em que contestava a quantidade de candidatos na chapa, alegando que não havia atingido o número mínimo de candidatos aos cargos do sindicato, ou seja, um método bastante “democrático” utilizado por eles.
Para as organizações verdadeiramente representativas dos trabalhadores, o pleito eleitoral surge como necessidade dos trabalhadores para que possam avaliar e renovar a direção e, porventura, escolher outra. Trata-se de um direito democrático e político consagrado após a redemocratização do País. A cassação de chapas, pleitos eleitorais e de entidades sindicais foi uma das armas que a Ditadura Militar utilizou para calar a boca dos trabalhadores e lhes impedir de possuir entidades organizadas que os defendam diante dos ataques do governo e dos empresários. Caçar entidades dos trabalhadores é algo que não podemos, em hipótese alguma, ratificar, sob pena de retroagirmos aos anos de chumbo. É um princípio das organizações operárias.
Isso significaria colocar nas mãos de um tribunal patronal a decisão que deve ser única e exclusivamente dos trabalhadores. Essa postura da tal “oposição”, de tentar impugnar o pleito, é mais uma prova, dentre tantas outras, de que estão a serviço da direita golpista.
Não pode haver dúvida de que esses setores, que se autointitulam “oposição”, têm uma política de caráter direitista, que vai no sentido de agrupar elementos na categoria bancária que são contra o sindicato e a luta da categoria. Lembrando que o PSTU e parte do PSOL apoiaram o eixo principal do golpe de Estado de 2016 no impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a perseguição, bem como todas as arbitrariedades contra o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o PT. Inclusive, o PSTU chegou a defender abertamente a prisão de Lula, e o PSOL, a tietar o Mussolini de Maringá, o juiz e hoje senador Sérgio Moro, e a defender, até hoje, a operação Lava Jato.
É necessário tecer uma breve consideração sobre esses setores que compõem a tal “Alternativa Bancária”. Esse movimento nunca teve maior expressão no interior da categoria bancária. Na realidade, trata-se de um agrupamento absolutamente eleitoreiro, aparecendo para a categoria somente nos períodos eleitorais, ou fazendo demagogia nas assembleias, nas campanhas salariais. As suas posições são um resultado de uma política direitista que esse setor leva na categoria bancária com a sua política “ultraesquerdista”, que, no final das contas, favorece a direita mais reacionária.