
O brasileiro Carlos Santalena, recordista em ascensões ao Monte Everest com quatro subidas, participou do podcast “O Assunto” no episódio da última quinta-feira (26). A conversa abordou as dificuldades da trilha do Monte Rinjani, na Indonésia, onde a brasileira Juliana Marins morreu após cair em uma vala do vulcão.
Em 2015, o atleta escalou o Monte Rinjani para uma gravação do programa “Planeta Extremo” e compartilhou sua experiência com Natuza Nery. Ele explicou que o ambiente vulcânico apresenta riscos devido à rocha porosa e escorregadia, o que compromete a firmeza dos passos durante a subida.
Segundo o alpinista, três fatores tornam a trilha do Rinjani desafiadora: clima, terreno e infraestrutura. A ilha de Lombok é quente, úmida e sujeita a chuvas frequentes, o que torna essencial avaliar as condições meteorológicas antes de iniciar a escalada.
Carlos relatou que, em sua expedição, o grupo aguardou dois dias para garantir que as condições climáticas e do solo fossem favoráveis. A umidade constante e o calor que parece vir do solo exigem atenção redobrada dos praticantes.

O percurso começa em meio a uma floresta fechada, ainda em baixa altitude. Até o platô localizado a cerca de 2.000 metros, a caminhada leva aproximadamente seis horas. Em diversos trechos, é preciso caminhar com cautela por áreas estreitas e irregulares.
O terreno vulcânico é composto por rochas leves e frágeis que dificultam o equilíbrio e provocam escorregões. Apesar de não apresentar muitos trechos expostos a abismos, há pequenos trechos que exigem maior precisão nos movimentos.
Carlos também destacou que a infraestrutura é precária. A região, segundo ele, oferece barracas simples e poucos recursos para os campistas. Ele classifica a Indonésia como um país com estrutura limitada para esse tipo de turismo.
Ainda assim, o alpinista acredita que pessoas sem experiência técnica podem realizar a trilha com segurança, desde que recebam informações adequadas, preparação antecipada, equipamentos corretos e orientação profissional.