O tradicional Fórum Jurídico de Lisboa, organizado anualmente pelo ministro Gilmar Mendes em Portugal, foi palco de uma rodada informal de negociação entre o MDB e o Republicanos para uma possível federação em 2026. O tema foi abordado durante o almoço na quarta-feira 2 em homenagem ao ex-presidente Michel Temer.
Realizado nos bastidores do ‘Gilmarpallooza’ – como também é chamado o evento do decano do Supremo –, o convescote reuniu mais de 500 pessoas, entre eles os ministros de Lula Alexandre Silveira (Minas e Energia), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Jader Filho (Cidades). Estiveram presentes, ainda, os caciques do Republicanos, Marcos Pereira (SP) e o presidente da Câmara dos Deputados Hugo Motta (PB), além dos governadores Helder Barbalho (MDB), do Pará, e Ronaldo Caiado (União), de Goiás.
Durante o encontro, que teve como prato principal o típico bacalhau português, houve quem falasse que a formação da federação MDB-Republicanos caminha a passos largos para ser consumada. Já ocorreram dois encontros oficiais em que se discutiu essa matéria e um novo deve ocorrer em agosto. Por ora, as conversas informais serviram apenas de termômetro para medir se há clima para os dois partidos, considerados do mesmo tamanho, se unirem para o ciclo de 2026.
Aliás, as eleições do ano que vem não deixaram de ser assunto. Integrantes do MDB sugeriram, por exemplo, que a cláusula capital para a formação da federação é o partido de Temer indicar um vice para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, caso ele saia candidato à presidência da República pelo Republicanos.
Os partidos publicamente negam essas tratativas, mas fontes consultadas pela reportagem e que estavam presentes no almoço indicam que essa seria a condição emedebista para a formação da federação.
Tarcísio ainda não definiu se será candidato ao Palácio do Planalto em 2026, muito menos se continuará no partido de Marcos Pereira. O PL de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto pressiona para que o governador migre para a legenda e entre na disputa com o a máquina bolsonarista.
Até lá, o MDB segue governista – em parte – e mantém seus ministros Renan Filho (Transportes), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Jader Filho. A expectativa da gestão Lula (PT) é que, em contrapartida, a sigla esteja na mesma trincheira da disputa eleitoral de 2026.