O ex-secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, se entregou à polícia na noite desta terça-feira 6 após ter sua prisão preventiva decretada pelo Supremo Tribunal Federal na semana passada.
Turnowski é acusado de envolvimento com o jogo do bicho. Investigações mostram que ele teria recebido propina para colaborar com o esquema. O ex-secretário da Polícia Civil do RJ nega as acusações.
Réu por organização criminosa, Turnowski foi preso em 2022, depois que uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro foi deflagrada contra ele. Menos de um mês depois, ele conseguiu sair da prisão. O MP, então, recorreu da decisão pela soltura, mas o STF apreciou o recurso apenas em abril deste ano.
Na Segunda Turma do STF, os ministros Nunes Marques e Dias Toffoli consideraram que Turnowski deveria permanecer em liberdade. Por outro lado, os ministros Edson Fachin, Gilmar Mendes e André Mendonça decidiram pela volta dele à prisão, formando maioria.
No seu voto, Fachin disse que “não parece faltar indícios da existência da organização criminosa da qual faz parte o paciente [Turnowski], e sua atuação na suposta prática de um conjunto de delitos notoriamente conhecidos e devastadores da ordem e paz públicas do Estado do Rio de Janeiro”.
Chefe da Polícia Civil entre 2010 e 2011, Turnowski deixou a pasta ainda durante o governo Sérgio Cabral (MDB), depois que uma investigação da Polícia Federal (PF) apontou que ele teria participação em um suposto vazamento de uma operação. O caso foi arquivado por falta de provas.
Anos depois, em 2020, ele voltou ao cargo. Segundo o MP, Turnowski teria sido indicado ao posto por conta de uma articulação feita pelo delegado Maurício Demétrio, que já é condenado por obstrução de Justiça. As investigações de 2022 que levaram o ex-secretário à prisão decorrem, justamente, das relações entre Turnowski e Demétrio.
A polícia chegou a mensagens no celular de Demétrio que mostrava que ambos estariam envolvidos em um esquema de corrupção e de aparelhamento de políticos na área da segurança pública no Rio. Assim como o ex-chefe de Polícia, o delegado nega as acusações.