Segundo pesquisa mensal  do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) divulgada na terça-feira passada (dia 6), no mês de novembro, o custo da cesta básica  subiu em 12 das 17 capitais pesquisadas, provocando uma nova queda do poder aquisitivo dos salários, em uma situação em que a maioria da classe trabalhadora não tem uma ocupação com direitos garantidos, como carteira assinada e na qual mais de 120 milhões (segundo o IBGE) vivem com déficit alimentar, ou seja, passam fome, em diferentes níveis ao longo do mês.

Disparada da cesta

Segundo o DIEESE, em novembro passado, as altas mais expressivas ocorreram em Belo Horizonte (4,68%), Florianópolis (2,96%), São Paulo (2,69%) e Goiânia (2,03%).

Com os aumentos, São Paulo mantém a cesta mais cara, que está custando R$ 782,68. Em segundo lugar ficou Porto Alegre (R$ 781,52), seguida de Florianópolis (R$ 776,14).

O DIEESE estima que uma família padrão, de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças), precisa por mês de, pelo menos, três cestas básicas para atender suas necessidade com alimentação. Assim, apenas para atender à este item fundamental, seria necessário gastar, em média, cerca de R$2.200, o que representa quase 100% a mais do que o valor do atual miserável salário mínimo nacional, de R$1.212.

Os alimentos que puxaram a alta da cesta e tem alto consumo entre a população trabalhadora foram a batata (com alta de de até 16%) e o tomate (alta de até 4%) .

Em um país em que os que conseguem ter um emprego e salário gastam a maior parte deste para se alimentar, o DIEESE usa a cesta básica como um referencial para fixar o salário mínimo necessário que compreende os demais custos vitais de uma família trabalhadora, como moradia, vestuário, transporte, saúde, previdência etc.

Estes itens também estão estabelecidos no Art. 7º da Constituição Federal, que assinala ser direito do trabalhador:

“salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo;

Salário mínimo necessário

Com base em tais cálculos,  o trabalhador brasileiro precisaria ganhar, em novembro, um salário de no mínimo  R$ 6.575,30, o que equivale a 5,43 vezes o valor do atual fixado por Bolsonaro e pelo Congresso Nacional reacionário, com o apoio de toda a direita.

Ainda segundo o DIEESE, após desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, o trabalhador que recebe o mínimo de fome do governo Bolsonaro gastou, em média, 59,47% do seu salário para comprar os produtos da cesta suficientes apenas para uma pessoa.

No momento em que o novo governo Lula coloca em debate a necessidade de aumentos reais do salário mínimo, a situação evidencia a importância de que a CUT e todo o movimento sindical organizem a realização de uma campanha nacional em favor de um salário mínimo vital, suficiente para atender  às necessidades do trabalhador e de sua família.

Junto com esta campanha, é preciso defender a elevação geral e imediata de todos os salários em 100%,  para fazer frente ao roubo sofrido nos últimos anos de regime golpista.

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Last Update: 08/12/2022