O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante coletiva de imprensa ao lado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: reprodução

A proposta insana do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que o país “assuma o controle” da Faixa de Gaza e realoque permanentemente os palestinos foi rapidamente rejeitada nesta quarta-feira (5) por aliados e adversários americanos.

A declaração de Trump foi feita durante uma entrevista coletiva na Casa Branca, ao lado do primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu, na última terça-feira (4). “Os EUA assumirão a Faixa de Gaza, e faremos um trabalho com ela também”, afirmou Trump.

“Nós a possuiremos e seremos responsáveis ​​por desmantelar todas as bombas perigosas não detonadas e outras armas no local. Nivelar o local e se livrar dos edifícios destruídos, nivelá-lo, criar um desenvolvimento econômico que fornecerá um número ilimitado de empregos e moradias para as pessoas da área, fazer um trabalho real, fazer algo diferente”.

A proposta traz ecos perturbadores de transferências populacionais forçadas ao longo da história, práticas enraizadas em mentalidades imperialistas e colonialistas. Além de violar o Artigo 49 da Quarta Convenção de Genebra, que proíbe deslocamentos forçados em massa, independentemente do motivo, remete ao Plano Madagascar da Alemanha nazista.

A rejeição à barbárie

A proposta foi amplamente rechaçada no Oriente Médio. Egito, Jordânia e outros aliados americanos rejeitaram a ideia de deslocar mais de 2 milhões de palestinos para outras regiões.

A Arábia Saudita, um dos principais aliados dos EUA, condenou a declaração e reiterou sua posição a favor de um Estado palestino independente, chamando essa visão de “posição firme, constante e inabalável”.

“O reino da Arábia Saudita também enfatiza o que havia anunciado anteriormente em relação à sua rejeição absoluta à violação dos direitos legítimos do povo palestino, seja por meio de políticas de assentamento israelenses, anexação de terras palestinas ou esforços para deslocar o povo palestino de suas terras”, afirmou o governo saudita.

O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, também rechaçou a proposta de Trump, reafirmando a defesa do país por uma solução de dois Estados no Oriente Médio. “A posição da Austrália é a mesma de hoje, do ano passado e de 10 anos atrás”, declarou a jornalistas em Canberra.

Da mesma forma, o Ministério das Relações Exteriores da Nova Zelândia divulgou um comunicado reforçando seu “apoio de longa data a uma solução de dois Estados” e afirmou que, da mesma maneira, “não comentará todas as propostas apresentadas”.

O Hamas, grupo que iniciou a guerra com Israel após o ataque de 7 de outubro de 2023, afirmou que a sugestão de Trump era uma “receita para criar caos e tensão na região”. “Em vez de responsabilizar a ocupação sionista pelo crime de genocídio e deslocamento, ela está sendo recompensada, não punida”, disse a organização.

Nos EUA, políticos de oposição também rejeitaram a proposta. O senador democrata Chris Coons classificou os comentários de Trump como “ofensivos, insanos, perigosos e tolos”. Já a deputada democrata Rashida Tlaib, de origem palestina, acusou Trump de estar “pedindo abertamente por limpeza étnica” ao sugerir a realocação da população de Gaza.

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Last Update: 05/02/2025