O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante interrogatório sobre a trama golpista no STF. Foto: Reprodução

Aliados de Jair Bolsonaro (PL) acreditam que ele não irá solicitar o cumprimento de pena em prisão domiciliar, caso seja condenado por envolvimento na tentativa de golpe de Estado, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo. Para esse grupo, o ex-presidente preferirá manter o discurso de perseguição política, mesmo diante de uma possível condenação no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo pessoas próximas a Bolsonaro, aceitar a prisão domiciliar “aliviaria a pressão” sobre o STF e sobre o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Na avaliação desses aliados, o ex-capitão teria mais a ganhar politicamente se ficasse detido em uma unidade militar, como o general Walter Braga Netto, mantendo a narrativa de injustiça e inflamando sua base bolsonarista.

Além disso, a defesa de Bolsonaro teria que solicitar oficialmente a domiciliar ao STF, o que, para seus aliados, seria como admitir que ele foi realmente condenado e enfraqueceria seu discurso de inocência.

Bolsonaro modera, mas é Moraes quem imprime o ritmo do futuro do ex-presidente
O ex-presidente Jair Bolsonaro encara o ministro Alexandre de Moraes durante interrogatório no STF. Foto: Antonio Augusto/STF

Por outro lado, integrantes do governo Lula (PT) com trânsito no Judiciário acreditam que, caso Bolsonaro peça, há chances reais de conseguir a prisão domiciliar. A justificativa estaria baseada na saúde frágil do ex-mandatário, agravada desde a facada sofrida em 2018 e pelas cirurgias intestinais que enfrentou.

Dentro do STF, o caso do ex-deputado Nelson Meurer ainda causa desconforto. Condenado na Lava Jato, ele morreu em 2020 após contrair Covid-19 na prisão, depois de ter o pedido de domiciliar negado diversas vezes. Esse episódio é considerado um “trauma” na Corte, que pode pesar na decisão sobre Bolsonaro.

O ex-presidente responde no STF por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano ao patrimônio público e tentativa de subversão da ordem constitucional. Se for condenado, pode ser sentenciado a mais de 40 anos de prisão e ter sua inelegibilidade prorrogada para além de 2030.

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Last Update: 21/06/2025