O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL), é considerado improvável de firmar um acordo de colaboração com a Polícia Federal (PF) no inquérito sobre o golpe. No entanto, há receio de que sua prisão possa incentivar militares de patentes inferiores a seguir o mesmo caminho e fazer delações, conforme informações da Folha de S.Paulo.
Para pessoas próximas a Bolsonaro, Cruz teria condições de suportar um período prolongado de prisão. Entretanto, sua detenção poderia ser interpretada como um sinal de alerta para militares de menor patente, que poderiam pensar: “Se até ele, um general de quatro estrelas e ex-vice-presidente, foi preso por tanto tempo, o que acontecerá com figuras menos importantes?”
Esse tipo de percepção, acreditam os interlocutores de Bolsonaro, teria influenciado a decisão do tenente-coronel Mauro Cid de firmar sua delação. Segundo eles, Cid escolheu priorizar a preservação de sua família e a reconstrução de sua vida, deixando de lado a lealdade ao ex-capitão ao fechar o acordo com a PF.
O general Carlos Alberto dos Santos Cruz foi preso no último dia 14, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob suspeita de atrapalhar as investigações. Uma das acusações seria de que ele tentou obter informações sobre o conteúdo da delação de Mauro Cid. Cruz nega todas as acusações.
Na semana passada, o militar anunciou que será representado pelo advogado José Luis Oliveira Lima, especializado em direito criminal. Segundo o defensor, Cruz não considera firmar um acordo de colaboração com a PF, afirmando que “não cometeu nenhum crime”.