Deputados estaduais do PT e do PSOL de São Paulo protocolaram, no fim do ano passado, um pedido de impeachment do secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, mas o presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado (PL), rejeitou a demanda nesta sexta-feira 14.

Os parlamentares argumentaram que Derrite cometeu abuso de poder e levaram em consideração o aumento da violência policial no estado — houve um crescimento de 65% nas mortes causadas por intervenção policial em 2024 na comparação com o ano anterior.

O presidente da Alesp, porém, entendeu não haver responsabilidade direta de Derrite nas ações violentas da Polícia Militar. Para ele, os deputados de oposição ao governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) não comprovaram que o secretário deixou de repreender as atitudes abusivas. Prado citou como exemplo o fato de que a Corregedoria da PM investiga os casos recentes de violência policial no estado. 

O pedido de impeachment foi assinado por 26 deputados de um total de 94 que compõem a Casa. Endossaram a proposta 18 integrantes do PT e 5 do PSOL, além de Andréa Werner (PSB), Marina Helou (Rede) e Leci Brandão (PCdoB).

Publicado na edição desta sexta-feira do Diário Oficial do Estado, o arquivamento toma como base um parecer da Procuradoria da Alesp, que recomendou a rejeição.

Nos últimos meses, os sucessivos casos de violência policial fizeram com que mais de 60 entidades denunciassem Tarcísio e Derrite à Organização dos Estados Americanos. Em novembro, por exemplo, um PM matou o estudante Marco Aurélio Cárdenas depois que ele deu um tapa no retrovisor de uma viatura na Vila Mariana, zona sul da capital. A mãe do estudante, Silvia Cárdenas Prado, chamou o governador de “miserável” e exigiu “ao menos um pedido de desculpas”.

Tarcísio, que antes ironizava os abusos da PM, passou a repreender os casos de violência e viu a permanência de Derrite no cargo ficar ameaçada. O governador, porém, manteve o secretário.

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Last Update: 24/01/2025