A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, nesta segunda-feira (8), uma resolução que determina a soltura do presidente da Casa, deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil). Ele está detido na Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio desde a última quarta-feira (3).
A decisão foi aprovada por 42 votos a favor, 21 contra e duas abstenções.
Bacellar é acusado de ter vazado informações sigilosas de uma operação conjunta das polícias Civil e Federal que resultou na prisão do ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, em setembro.
De acordo com a PF, mensagens trocadas entre Bacellar e TH Joias sugerem que o parlamentar sabia antecipadamente da ação policial e teria alertado o ex-deputado para deixar seu imóvel. Embora TH tenha saído da residência um dia antes da operação, acabou preso em outro endereço.
No dia 3, Bacellar foi chamado à Superintendência da PF sob o pretexto de uma reunião institucional. Ao chegar, foi informado da decretação de sua prisão preventiva, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além da prisão, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado na capital fluminense, na Região Serrana, no Norte do Estado e também em seu gabinete na Alerj. Durante a ação, agentes encontraram R$ 90 mil em espécie no carro de Bacellar.
A defesa do parlamentar nega qualquer irregularidade, alegando que ele não vazou informações e não mantém vínculos com organizações criminosas. Os advogados de TH Joias afirmam que o ex-deputado foi surpreendido pela operação e sustentam que sua relação com Bacellar era exclusivamente profissional.
Quem é Rodrigo Bacellar
Rodrigo Bacellar já ocupou cargos de destaque no governo estadual e cumpre atualmente seu segundo mandato como deputado estadual. Ele foi eleito pela primeira vez em 2018, pelo Solidariedade, com 26.135 votos.
Em 2021, assumiu a Secretaria de Estado de Governo a convite do governador Cláudio Castro (PL), permanecendo no posto até 2022. No mesmo ano, concorreu novamente à Alerj, agora pelo PL, sendo reeleito com 97.822 votos. Em fevereiro de 2025, foi reconduzido à presidência da Assembleia com aprovação unânime.
Ao assumir o segundo mandato na presidência da Casa, Bacellar afirmou que a Alerj “se torna exemplo para o país” e destacou que, apesar de divergências políticas, há pautas capazes de unir diferentes espectros partidários. Entre as prioridades elencadas para sua gestão estavam a renegociação da dívida do Estado com a União e temas relacionados à segurança pública.
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