A Alemanha, o segundo maior defensor da Ucrânia após os Estados Unidos, planeja reduzir sua ajuda militar a Kiev em 50% em 2025, de acordo com uma fonte parlamentar citada pela AFP.
O governo de Olaf Scholz pretende utilizar os recursos gerados pelos ativos russos congelados para continuar apoiando a ex-república soviética, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.
O governo alemão não prevê nenhuma ajuda adicional aos 4 bilhões de euros incluídos no orçamento do próximo ano para a Ucrânia, informou a fonte à AFP. A ajuda que Berlim forneceu a Kiev neste ano alcançou 8 bilhões de euros.
Para compensar a redução, a Alemanha aposta na criação de um instrumento financeiro que utilize os ativos russos congelados, segundo outra fonte interna do Ministério das Finanças.
Essas informações confirmam os relatos do jornal Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung. Em sua edição de fim de semana, o periódico afirmou que a medida fazia parte de um acordo entre o chefe do governo e o ministro das Finanças, Christian Lindner.
O orçamento de 2025 tem sido objeto de intensos debates entre os parceiros da coalizão governamental na Alemanha, que inclui o partido liberal FDP, os Verdes e os social-democratas, para reduzir os gastos.
O ministro das Finanças pediu aos seus colegas de governo que economizem para cumprir uma norma constitucional que visa impedir que o Estado contraia dívidas excessivas.
O orçamento, no entanto, continuará sendo debatido antes de sua aprovação no final do ano. O ministro das Finanças afirmou que está aberto a considerar gastos adicionais para a Ucrânia, caso a caso.
O embaixador ucraniano na Alemanha, Oleksei Makeiev, escreveu na rede social X que a segurança da Europa depende da vontade política da Alemanha de continuar desempenhando um papel de liderança no apoio à Ucrânia.