Alemanha impõe embargo à circulação de publicação de ideologia extremista

A Alemanha proibiu a revista Compact, publicação mensal de extrema-direita com tiragem de 40 mil exemplares, acusada de incitar o ódio contra imigrantes, judeus e instituições democráticas.

A revista foi classificada como uma publicação comprovadamente extremista pela agência de inteligência interna da Alemanha em 2021 por disseminar teorias da conspiração, propaganda antivacinação e conteúdo antissemita e islamofóbico.

A empresa também tem um site, um canal de vídeo e uma loja virtual, com artigos como livros, CDs, DVDs e outros produtos.

Nela, era possível comprar uma moeda de prata com a imagem de Björn Höcke, líder regional do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD), que já foi condenado duas vezes por usar um antigo slogan nazista em público. Também estava à venda uma moeda em homenagem a Donald Trump, em razão da tentativa fracassada de assassinato do ex-presidente e candidato americano.

A polícia fez operações de busca e apreensão no escritório da revista, assim como nas residências de editores e pessoas ligadas à publicação.

A ministra alemã do Interior, Nancy Faeser, descreveu a proibição como uma medida para combater os incendiários intelectuais que criam um clima de ódio e violência contra refugiados e migrantes e que querem derrubar o Estado democrático.

A Compact era publicada desde 2010 e seus artigos apoiam abertamente a AfD, condenam o que chamam de “terroristas do clima”, além de defenderem a “paz e a amizade” com a Rússia e um golpe de Estado.

A agência de inteligência interna da Alemanha afirmou que a publicação regularmente dissemina conteúdo antissemita, antiminoritário, historicamente revisionista e teoria da conspiração.

A página inicial da publicação também apresentava uma petição em apoio ao eurodeputado Maximilian Krah, pivô de uma briga entre ultradireitistas no Parlamento Europeu.

A proibição da Compact foi condenada pelos co-líderes do partido AfD, que alegaram que Faeser está abusando de sua autoridade para suprimir reportagens críticas.

A base jurídica para a proibição é a lei de associação, segundo a qual empresas que são contra a ordem constitucional ou os ideais do entendimento entre os povos também podem ser banidas.

A Compact refere-se a si mesma como uma “resistência” e, desde a pandemia de covid-19, trata o sistema político como uma “ditadura” de vacinação.

Artigo Anterior

Descobertas chocantes expõem práticas arbitrárias do governo Bolsonaro, consideram senadores

Próximo Artigo

Em cinco meses, Governo Federal alcança marca de mil incursões na Terra Indígena Yanomami

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!