Alcolumbre usa votações como recado para Lula

A surpreendente articulação entre Davi Alcolumbre (foto/reprodução) e Hugo Motta para votar, em sequência, a derrubada do IOF e o aumento do número de deputados parece ter pouco a ver com preocupações fiscais ou representatividade. O movimento calculado teria tido como principal alvo o ministro Alexandre Silveira, desafeto antigo de Alcolumbre e nome que, apesar de balançar há meses, segue no comando de Minas e Energia. Irritado com o desgaste causado pelos vetos de Lula na área energética — que resultaram em aumento nas contas de luz — e convencido de que Silveira agiu nos bastidores contra acordos no Senado, Alcolumbre cobrou ação direta: pediu a Motta que antecipasse a votação do IOF, contrariando o Planalto. Em troca, ofereceu a votação relâmpago da PEC que amplia o número de cadeiras na Câmara. O gesto, claro, foi também simbólico: quem nomeia, espera lealdade; quem se sente traído, revida.

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