O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), se prepara para uma terça-feira decisiva, com a leitura do requerimento que oficializa a criação da CPMI sobre as fraudes bilionárias em benefícios pagos pelo INSS. O comando do colegiado deverá ficar com o senador Omar Aziz (PSD-AM), enquanto a relatoria tende a ser entregue ao bolsonarismo.
O colegiado investigará os descontos não autorizados em aposentadorias e pensões, prática intensificada a partir de 2019.
A oposição busca capitalizar politicamente sobre o tema. Já o Palácio do Planalto pretende utilizar a comissão para demonstrar que o esquema se estruturou ainda sob a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Aziz, que presidiu a CPI da Covid em 2021, é visto como um nome próximo ao governo, embora tenha agido como oposição em momento decisivos – como na sessão em que destratou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede). Já a relatoria, que ficará com um deputado, deve ser ocupada por Coronel Crisóstomo (PL-RO) ou Coronel Fernanda (PL-MT).
Para enfrentar o desgaste político iminente, o governo aposta em um grupo de senadores com atuação destacada em CPIs passadas, como Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Fabiano Contarato (PT-ES). Renan Calheiros (MDB-AL) também chegou a ser sondado.
A expectativa é que a CPMI tenha impacto direto nas relações entre Executivo e Legislativo, em um momento em que o governo já enfrenta dificuldades para manter vetos presidenciais de Lula em votações marcadas para esta terça-feira 17.