Sem se render à pressão bolsonarista por uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, Davi Alcolumbre (foto/reprodução internet) tenta se apresentar como arquiteto de um caminho alternativo. O presidente do Senado anunciou que prepara um projeto próprio para tratar dos envolvidos no 8 de Janeiro, diferenciando quem financiou ou organizou os atos de quem “apenas” esteve presente na Praça dos Três Poderes. A proposta, segundo ele, não deve alcançar Jair Bolsonaro, que segue réu no Supremo Tribunal Federal, mas busca atenuar penas dos participantes sem papel de liderança. O movimento é descrito por aliados como uma tentativa de “ajuste fino” na Lei de Defesa do Estado Democrático, criando uma espécie de terceira via jurídica e política: nem o perdão total nem a rigidez atual das condenações. A sensação, porém, é a de que Alcolumbre está mais interessado em se firmar como o “salvador” do consenso do que em resolver de fato o dilema.
