Donald Trump visita instalações da “Alcatraz dos Jacarés”, novo centro de detenção para imigrantes nos Estados Unidos, localizado em área pantanosa no sul da Flórida – Foto: Reprodução

Os Estados Unidos vão inaugurar um novo centro de detenção para imigrantes na Flórida, apelidado de “Alcatraz dos Jacarés”. A estrutura, instalada em um antigo aeroporto no sul do estado, é cercada por uma área pantanosa onde vivem cerca de 200 mil jacarés, além de cobras e crocodilos. O nome faz referência à antiga prisão de Alcatraz e ao ambiente hostil ao redor do novo centro, localizado a apenas 60 km de Miami.

O local foi projetado para abrigar até 5 mil pessoas em situação irregular no país, com celas formadas por tendas e contêineres, onde os detentos dormem em beliches atrás de alambrados. Cerca de 100 agentes da Guarda Nacional serão responsáveis pela segurança. O custo estimado da operação chega a US$ 450 milhões por ano, com um gasto diário de US$ 247 por detento – valor 54% maior que o das prisões convencionais de imigrantes.

A gestão de Donald Trump defende que o isolamento do terreno dificulta fugas e simboliza uma política mais dura contra a imigração ilegal. “Gostaríamos de ver centros assim em muitos estados”, declarou Trump.

A instalação possui apenas uma estrada de acesso, e o governo afirma que a presença de animais selvagens como jacarés reforça a segurança natural da área.

A Casa Branca promoveu a inauguração com imagens de jacarés usando bonés do ICE nas redes sociais, e o partido de Trump está vendendo produtos com o animal estampado.

O centro foi construído dentro do Parque Nacional dos Everglades, uma reserva com 600 mil hectares de fauna e flora preservadas, o que provocou manifestações e críticas de ambientalistas.

Organizações ambientais entraram na Justiça contra o centro, alegando que ele fica perto da Big Cypress National Preserve, uma área que abriga espécies ameaçadas. As ONGs alertam para os impactos causados pelo tráfego, iluminação e geradores, e afirmam que o governo não pode ignorar as leis ambientais alegando emergência migratória. Líderes indígenas também condenaram o projeto, que consideram construído em terras sagradas.

Grupos de direitos humanos criticam a decisão, alertando que centros em locais isolados podem dificultar o acesso legal e aumentar os riscos de abusos. “Construir um [centro de detenção] em um local remoto e pantanoso só irá agravar estas condições”, declarou a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), que classificou o projeto como “cruel e absurdo”.

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Last Update: 02/07/2025