O ex-presidente argentino Alberto Fernández cancelou a viagem que faria à Venezuela para atuar como observador nas eleições do próximo domingo, 28. Segundo Fernández, a desistência aconteceu após manifestação do governo chefiado por Nicolás Maduro retirando o convite para que ele participasse do processo.

Fernández afirmou que a decisão venezuelana foi uma resposta ao entendimento de que ele endossou as recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se disse “assustado” com a menção de Maduro um “banho de sangue” em eventual derrota nas urnas.

“O governo venezuelano me disse que não gostaria que eu viajasse, e que eu desistisse de cumprir com a tarefa que me tinha sido confiada pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela. A razão que foi apontada é que, na opinião do governo da Venezuela, as declarações feitas por mim à imprensa causaram desconforto e levantaram dúvidas sobre minha imparcialidade”, escreveu Fernández, em uma nota publicada no X.

“[O governo venezuelano] entendeu que a coincidência com a fala de Lula um dia antes gerava uma possível desestabilização do processo eleitoral”, complementou o ex-presidente argentino.

Fernández afirmou que não compreende o possível mal estar, e reafirmou que, se Maduro perder, deve aceitar a decisão popular. O kirchnerista deixou a Casa Rosada após a eleição de Javier Milei.

“Diante do pedido incomum, entendo que é conveniente não viajar, para não dar chance de ser acusado de querer atrapalhar um grande processo eleitoral enquanto minha intenção era só cumprir com a tarefa de observador”, pontuou o argentino.

Fernández é mais um observador internacional a desistir de acompanhar de perto o processo eleitoral na Venezuela.

Categorizado em:

Governo Lula,

Última Atualização: 25/07/2024