O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. Foto: Reuters

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, nomeou três possíveis sucessores à Assembleia dos Peritos, órgão responsável pela escolha do novo chefe de Estado, como forma de garantir uma transição rápida em caso de morte súbita ou atentado. A informação foi publicada neste sábado (21) pelo jornal The New York Times. A medida é vista como uma tentativa de evitar o colapso do regime em meio à guerra contra Israel.

Aos 86 anos e escondido em um bunker, Khamenei teme ser assassinado. Desde os ataques iniciados por Israel em 13 de junho, o Irã perdeu diversos líderes militares, e a sucessão tornou-se prioridade para manter a estabilidade da República Islâmica. O aiatolá comanda todos os poderes do país desde 1989, sendo o chefe de Estado mais longevo do Oriente Médio.

Além dos nomes para a sucessão, Khamenei também indicou substitutos no alto escalão militar, mas os nomes são mantidos em sigilo por motivos de segurança. A inteligência israelense tem abatido sucessores recém-nomeados em ataques cirúrgicos. O filho de Khamenei, Mojtaba, especulado no passado como possível sucessor, não está entre os indicados, segundo o NYT.

A tensão aumentou após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou saber a localização de Khamenei e ameaçou sua eliminação. O premiê israelense Benjamin Netanyahu também não descartou assassiná-lo. A guerra já deixou mais de 400 mortos no Irã e milhares de feridos, superando em danos os tempos da guerra contra o Iraque nos anos 1980.

Donald Trump, presidente dos EUA, e Ali Khamenei, líder do Irã. Foto: reprodução

O conflito, motivado pela suspeita de que o Irã desenvolva armas nucleares, tem gerado reações internacionais. O país nega a intenção de fabricar ogivas e diz usar tecnologia nuclear apenas para fins civis. A Agência Internacional de Energia Atômica encontrou, no entanto, partículas de urânio enriquecido a quase 84% em instalações iranianas — nível próximo ao necessário para uso militar.

Ativistas como as iranianas Narges Mohammadi e Shirin Ebadi, ambas ganhadoras do Nobel da Paz, pedem o fim da guerra e uma solução diplomática. A Europa também se mostra dividida sobre uma possível derrubada do regime. Há temores de que uma eventual queda de Khamenei leve ao poder forças ainda mais radicais e mergulhe a região em caos.

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Last Update: 21/06/2025