A pauta exportadora brasileira foi parcialmente atingida pela tarifa de 50% imposta pelo presidente norte-americano Donald Trump, cuja cobrança começará oficialmente em 06 de agosto – sete dias após a data da emissão da ordem.
Atualmente, os EUA são o segundo maior mercado para os produtos brasileiros em termos de volume exportado, atrás apenas da China. Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente US$ 40,4 bilhões para os EUA, e os setores citados representam parte importante dessa cifra.
Veja abaixo a lista com alguns dos principais produtos afetados:
- Café: A tarifa total pode chegar a 60%, já que acumula a tarifa original (10%) mais a nova sobretaxa (50%).
- Carne bovina: A tarifa pode atingir até 76,4% somando tarifas anteriores e a nova taxa, prejudicando um setor que exportou cerca de US$ 1 bilhão no primeiro semestre de 2025 para os EUA, representando aproximadamente 12% do total das exportações brasileiras de carne bovina e um volume considerável na balança comercial bilateral.
- Frutas frescas (como manga e uva): A tarifa pega justamente no período crítico de exportação, causando postergação de embarques e redirecionamento para outros mercados, o que pode pressionar preços internos
- Pescados: Os Estados Unidos respondem por 70% a 80% dos pescados exportados pelo Brasil. As exportações respondem por cerca de US$ 600 milhões movimentados.
- Produtos semimanufaturados (ferro, aço) e outros materiais industriais também são afetados, com tarifas podendo atingir até 100% em alguns casos..
No caso específico da carne bovina, embora tenha havido aumento das vendas até abril de 2025, a imposição da tarifa tem causado forte retração no volume exportado, com quedas expressivas em junho e julho. O mercado americano representa cerca de 12% das exportações totais brasileiras de carne bovina e é considerado estratégico, sem substituto imediato em volume e preço.
Veja a lista com alguns dos produtos isentos da tarifação extra imposta pelo governo Donald Trump.
- Produtos agrícolas e florestais: castanha-do-brasil, suco e polpa de laranja, madeira tropical serrada ou lascada, polpa de celulose e sisal.
- Produtos energéticos: carvão, gás natural, petróleo, querosene, óleos lubrificantes, eletricidade e seus derivados.
- Fertilizantes: vários tipos classificados na pauta tarifária.
- Suco de laranja: congelado, não congelado e não concentrado.
- Aeronaves civis e seus componentes: aviões, motores, peças, sistemas de navegação e simuladores de voo.
- Produtos industriais específicos de ferro, aço, alumínio e cobre.
- Veículos e autopeças: carros de passeio, SUVs, vans de carga, caminhões leves e suas peças.
- Metais e minerais: silício, ferro-gusa, alumina, estanho, ferroníquel, ferronióbio, ouro e prata em barras.
- Doações humanitárias: alimentos, roupas e medicamentos.
- Materiais informativos e culturais: publicações, filmes, CDs, obras de arte e materiais jornalísticos.
- Bens em trânsito antes da entrada em vigor: produtos embarcados antes do início da tarifa, desde que cheguem aos EUA até 5 de outubro de 2025.
- Itens de uso pessoal incluídos na bagagem de passageiros.
- Produtos retornados para reparo ou modificação, com algumas exceções específicas.
Recentemente, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, destacou que produtos não cultivados em solo norte-americano também poderão ser isentos – o que abre uma brecha para os mercados de cacau, manga, abacaxi e café.
Matéria em atualização