O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre Padilha em evento
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre Padilha em evento – Reprodução/X

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta sexta-feira (30) uma medida provisória (MP) que autoriza o uso de hospitais privados para atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

A iniciativa integra o programa federal “Agora tem Especialistas”, que visa ampliar o acesso da população a consultas médicas especializadas e agilizar diagnósticos e tratamentos, especialmente de doenças graves como o câncer.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o novo programa contará com até R$ 16 bilhões em recursos, provenientes do orçamento já existente da pasta e de abatimentos de dívidas do setor privado com a União. A previsão é de que as primeiras ofertas de atendimento comecem em agosto de 2025.

A medida também permitirá que hospitais particulares e filantrópicos prestem serviços ao SUS em troca da redução de débitos. O governo estima que o setor privado de saúde deve cerca de R$ 9 bilhões à União e espera abater R$ 4,4 bilhões por ano com a prestação de serviços médicos à população.

Com a nova MP, unidades de saúde privadas poderão aderir ao programa mesmo sem dívidas com o governo, sendo remuneradas conforme a nova tabela do programa “Agora tem Especialistas”. Para isso, serão lançados editais de credenciamento, com o Ministério da Fazenda criando créditos para abatimento de tributos como forma de pagamento.

Além disso, a medida permite que a União contrate diretamente serviços de média e alta complexidade, apoiando estados e municípios — o que antes era feito apenas por meio de repasses financeiros.

O foco do programa será em especialidades com grande demanda no SUS, como:

– Oncologia

– Ginecologia

– Cardiologia

– Ortopedia

– Oftalmologia

Otorrinolaringologia
Segundo o Ministério da Saúde, mais de 1,3 mil tipos de cirurgias poderão ser realizados na rede privada por meio do novo modelo.

Para ampliar a cobertura em áreas remotas e populações vulneráveis, o governo federal disponibilizará 150 carretas móveis equipadas para:

– Realizar 720 mil pequenas cirurgias e biópsias

– Aplicar 4,6 milhões de exames

– Promover 9,4 milhões de consultas

– Parte dessas unidades será direcionada a caminhoneiros e povos indígenas

A MP também prevê investimento na formação de especialistas, com:

– Lançamento de edital do programa Mais Médicos com 500 vagas para médicos especialistas

– Criação de 3 mil bolsas de residência médica

– Parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB) para expansão da formação profissional

O ministro Padilha enfatizou que o programa não criará uma nova fila de espera, mas irá ampliar a oferta de serviços por meio das centrais de regulação já existentes nos municípios. A proposta substitui o antigo modelo da Oferta de Cuidados Integrados, onde os serviços eram contratados em pacotes com prazo máximo de 30 dias para execução.

O governo federal espera que o “Agora tem Especialistas” se torne uma das marcas principais da gestão Lula na área da saúde pública. O lançamento foi feito no Palácio do Planalto com transmissão simultânea em quatro estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí e Paraná.

Durante o evento, Lula reforçou a urgência do atendimento médico: “A doença não espera. Não é possível a gente ficar brincando com a sorte da pessoa, porque a gente sabe que, se a doença não for tratada, vai ser agravada”.

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Last Update: 31/05/2025