O ex-Secretário do Trabalho dos Estados Unidos do governo Bill Clinton, Robert Reich, associou a falta de chefia na Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) ao acidente aéreo em Washignton D.C., que matou 67 pessoas, nesta quinta-feira (30).
Conforme informações do ICL Notícias, Reich publicou nas redes sociais que o ex-administrador da FAA, Michael Whitaker, que ainda teria vários anos de mandato, renunciou ao cargo no dia da posse do presidente eleito Donald Trump.
Whitaker teria tomado a atitude após pressão pública do magnata Elon Musk por sua renúncia, depois que a FAA multou a sua fabricante de sistemas aeroespaciais, a SpaceX, em mais de US$ 600.000, por não seguir requisitos da licença de segurança.
Na publicação, Reich destacou ainda que “colocar os lucros privados acima da segurança pública é uma receita para o desastre”.
O governo dos EUA tem evitado o assunto. Ontem (30), o recém nomeado Secretário de Transportes, Sean Duffy, ignorou os questionamentos da imprensa sobre se a FAA tinha um diretor interino para ajudar a gerenciar a crise.
Pouco antes, Trump nomeou um alto executivo de uma associação empresarial de aviação, Chris Rocheleau, como administrador interino da FAA. Contudo, não forneceu qualquer detalhe sobre um substituto permanente.
Faltavam controladores de voo na hora de acidente
O jornal estadunidense The New York Times teve acesso a um relatório preliminar de segurança da FAA, que aponta que o número de controladores de tráfego aéreo no Aeroporto Ronald Reagan, onde aconteceu a colisão entre as aeronaves, “não era normal para a hora do dia e o volume de tráfego“.
De acordo com o jornal, o controlador que estava orientando os helicópteros nas proximidades do aeroporto também estava responsável pelos aviões que estavam pousando e decolando do aeroporto. Essas tarefas, no entanto, normalmente são responsabilidades de dois controladores e não de um.
As desculpas de Trump
Ainda nesta quinta, Trump afirmou a jornalistas que a tragédia teria ocorrido devido ao “impulso de diversidade” na FAA, sem apresentar qualquer evidência concreta sobre sua tese.
“A FAA está recrutando ativamente trabalhadores que sofrem de deficiências intelectuais graves, problemas psiquiátricos e outras condições mentais e físicas sob uma iniciativa de contratação de diversidade e inclusão descrita no site da agência“, disse o republicano.
Diante da declaração, repórteres pediram para que Trump esclarecesse por que ele achava que um “impulso pela diversidade” na FAA estaria associado à tragédia área e ele apenas afirmou que “simplesmente poderia ter sido”.
Em outra publicação nas redes sociais, Reich não só classificou a fala como “um absurdo racista”, mas afirmou que o objetivo de Trump seria “desviar a atenção de si mesmo”. “Ele quer nos deixar tão irritados uns contra os outros que não olhemos para cima e vejamos para onde todo o poder e riqueza”, escreveu.
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