A Corregedoria da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) concluiu um processo administrativo-disciplinar contra o agente Fabrício Cardoso de Paiva, recomendando sua demissão por abandono de cargo em 2022. A informação é da colunista Juliana Dal Piva.
Paiva, oficial de inteligência desde 2009 e ex-militar, também é investigado pela Polícia Federal no caso conhecido como “Abin Paralela”.
Paiva se licenciou da Abin em junho de 2019 para assumir como coordenador-geral de Pesquisas e Informações Estratégicas na secretaria-executiva do Ministério da Infraestrutura, então liderado por Tarcísio de Freitas.
Em março de 2022, quando Tarcísio de Freitas deixou o governo para concorrer ao governo de São Paulo, Paiva retornou à Abin, mas pediu licença imediatamente para se juntar à campanha eleitoral de Tarcísio de Freitas, sem aguardar a autorização formal da agência.
O período de licença não autorizado durou mais de dois meses, durante os quais Paiva esteve envolvido na campanha sem desempenhar suas funções na Abin.
A decisão final sobre sua demissão depende agora da publicação por parte do ministro da Casa Civil, Rui Costa, no Diário Oficial.
O caso ganha contornos mais complexos com o envolvimento de Paiva em episódios controversos durante a campanha eleitoral, incluindo um incidente em Paraisópolis onde, após um tiroteio, um jovem foi morto. Paiva foi acusado de coagir um cinegrafista a apagar imagens do evento.
Ainda antes de sua atuação na campanha, documentos indicam que Paiva estava envolvido na produção de informações falsas para atacar o jornalista Leandro Demori e outros políticos, durante sua gestão na Abin.
A Casa Civil confirmou que o processo de demissão de Paiva ainda não foi finalizado e está pendente de análise jurídica.