Recentemente, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU), foi desmascarada pela República Islâmica do Irã como estando a serviço de “Israel” e do imperialismo, com seu presidente, o argentino Rafael Grossi, fornecendo à entidade sionista e a países imperialistas informações estratégicas sobre o programa nuclear iraniano, tais como os locais e características das instalações e dados sobre cientistas, especialistas e políticos atuantes no programa.
Em recente publicação, o portal de comunicação The Grayzone expôs uma ligação direta entre a AIEA e o imperialismo: para realizar suas inspeções e monitoramento da conformidade dos estados com os acordos de não proliferação, a agência da ONU utiliza o software MOSAIC, da Palantir Technologies.
A Palantir Technologies é uma das empresas monopolistas da burguesia imperialista norte-americana. Ela atua na área de vigilância, desenvolvendo programas para este fim. Conforme apontado já em 2018 pelo portal de comunicação Mint Press News, ela é financiada pela CIA, agência de espionagem externa dos Estados Unidos.
O MOSAIC é um programa de análise e inteligência artificial que a AIEA vem utilizando de forma não oficial desde 2015, após ter sido “discretamente integrado pelo governo do ex-presidente dos EUA, Barack Obama, ao acordo nuclear do Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA) de julho de 2015 com o Irã”.
Em sua publicação de 2018, MintPress o qualifica como “a plataforma de vigilância por excelência”, informando que “a Palantir ajudou a construir um amplo banco de dados global para a Agência de Segurança Nacional (NSA), auxiliou investigações do FBI, formou a espinha dorsal dos bancos de dados dos principais departamentos de polícia em cidades como Los Angeles e Nova York e ajudou a investigar viajantes e rastrear imigrantes para o aparato de deportação em massa do Serviço de Imigração e Alfândega”
No que diz respeito à vigilância da AIEA (do imperialismo e do sionismo) contra o programa nuclear iraniano, o portal de comunicação informa, citando a emissora Bloomberg, que “desde a assinatura do JCPOA entre seis partes em 2015 […] o enorme estoque de dados da Palantir cresceu 30 vezes, abrangendo 400 milhões dos chamados ‘objetos digitais’, incluindo fotos de satélite do Irã e postagens em redes sociais de usuários no país”.
Nesta publicação, que data de 2018, a Bloomberg já informava que documentos da AIEA mostra que a MOSAIC transformam “bancos de dados de informações confidenciais em mapas que ajudam os inspetores a visualizar laços entre pessoas, lugares e materiais envolvidos em atividades nucleares”
Em matéria recente publicada pelo órgão de imprensa The Cradle, Kit Klarenberg, jornal de The Grayzone, informa que toda a inteligência coletada pela AIEA, utilizando-se do MOSAIC, “é altamente sensível e seria um tesouro para Estados que pretendem realizar ações militares contra nações na mira da AIEA”. Citando relatório de 2017, ele informa que os inspetores da agência passaram 13.248 dias em campo em 2015, inspecionando 709 instalações nucleares, e que esses números aumentaram desde então, acrescentando que o MOSAIC foi utilizado durante todo esse período.
Expondo sobre o financiamento da AIEA, o jornalista informa que os EUA “financia formalmente a AIEA com mais de US$100 milhões anuais”, valor ao qual são acrescentadas contribuições extra-orçamentárias anuais de mais de US$90 milhões. Por sua, o valor que a AIEA destinava ao funcionamento do MOSAIC era, em 2017, de cerca de US$44,15 milhões. O que sugere que “o MOSAIC foi criado inteiramente com o dinheiro de Washington”, aponta o jornalista.
No período que precedeu a guerra de agressão de “Israel” (e do imperialismo) contra a República Islâmica do Irã, a AIEA foi fundamental em criar o pretexto para o ataque: através de relatório farsesco, publicado em 31 de maio, a agência disse que o Irã havia descumprido regras do JCPOA, exortando por mais sanções contra o país.
Na semana em que ocorreu o ataque, operação de inteligência do Irã obteve uma quantidade sem precedentes de informações sigilosas de “Israel”, através das quais expôs o servilismo da AIEA perante a entidade sionista.
No dia que se seguiu a essa exposição, “Israel” desatou a guerra contra o Irã, sob o pretexto de que a República Islâmica estava construindo uma bomba nuclear. Em que pese o Irã tenha vencido a guerra de forma esmagadora, a entidade sionista e o imperialismo realizaram vários bombardeios contra as instalações nucleares iranianas, bem como assassinaram vários cientistas nucleares, o que foi possível de ser feito em razão da espionagem da AIEA, utilizando-se do MOSAIC, software da Palantir Technologies.