Um avião modelo ATR-72, da Voepass Linhas Aéreas, caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, na sexta-feira (9), matando 62 pessoas. A aeronave perdeu cerca de 4 mil metros de altitude em apenas um minuto, de acordo com dados do Flightradar24. O voo, que partiu de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), enfrentou problemas graves, resultando na tragédia.
O Flightradar24 registrou que a aeronave atingiu 5 mil metros de altitude às 12h23 e manteve essa altura até 13h21, momento em que começou a perder altitude rapidamente. Em cerca de um minuto, o avião despencou 4 mil metros, o que levantou suspeitas sobre as possíveis causas do acidente.
Um alerta de formação de gelo severo foi emitido pelo Flightradar24, destacando a gravidade das condições climáticas entre 3,6 mil e 6,4 mil metros de altura, coincidentemente, a faixa em que o avião estava voando.
O acidente aconteceu em uma área residencial, próxima à rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324), mas não atingiu nenhuma casa. O voo, de matrícula PTB 2283, estava na quarta viagem do dia da aeronave turboélice ATR-72, que conta com 73 assentos. A queda da aeronave ocorreu a aproximadamente 240 km/h, o que indica uma perda crítica de sustentação, fator crucial para a segurança do voo.
Diversos vídeos de um ATR 72 da Passaredo caindo em Vinhedo SP pic.twitter.com/nJfLvsWr5a
— Hubert Melin ✈️🛩🚁 (@HubertMelin) August 9, 2024
Investigadores da Aeronáutica e da Polícia Federal (PF) já estão no local para apurar as causas do acidente. Embora ainda seja cedo para determinar a razão exata da queda, uma das principais suspeitas é a formação de gelo nas asas, um problema conhecido em aviões desse modelo. A Voepass, que opera a aeronave, reconheceu que o ATR-72 é suscetível ao gelo, e essa possibilidade está sendo investigada como um dos principais focos.
Especialistas em aviação que analisaram as imagens da queda, que mostram o avião em um “parafuso chato”, indicam que o acúmulo de gelo nas asas pode ter comprometido a aerodinâmica da aeronave, dificultando o controle pelo piloto. “O perigo do gelo é que ele interfere diretamente na sustentação das asas, afetando a performance da aeronave e podendo levar a situações catastróficas como essa”, comentaram especialistas.
A Voepass afirmou que a aeronave havia partido de Cascavel em condições operacionais adequadas. No entanto, a drástica redução de velocidade e o subsequente estado de “parafuso chato”, onde o avião gira sem controle e perde a capacidade de voo, reforçam a necessidade de uma investigação detalhada para esclarecer o que aconteceu nos momentos finais do voo.