O ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Advogados que atuam no processo da trama golpista avaliam que o depoimento do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), complicou a situação de Jair Bolsonaro (PL) e do almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.

Na última quarta-feira (21), Baptista Junior prestou depoimento ao STF e confirmou que participou de reuniões no Palácio da Alvorada em que Bolsonaro discutiu uma minuta de decreto para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele também afirmou que o então comandante do Exército, Freire Gomes, chegou a ameaçar o ex-presidente com prisão caso o plano fosse levado adiante. Segundo o brigadeiro, a articulação golpista só fracassou porque não houve “participação unânime das Forças Armadas”.

“Ele é bem articulado e prestou um depoimento que vai fazer muita gente sofrer. Foi o mais incisivo de todos, seguindo uma lógica, com começo, meio e fim”, disse um advogado que defende um dos principais alvos da investigação.

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O almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

Ele também destacou que Baptista Junior expôs Freire Gomes, que havia tentado minimizar o envolvimento de Almir Garnier na trama golpista em depoimento anterior. “Baptista Junior colocou o Freire Gomes numa situação quase de acareação”, comentou.

Para um segundo advogado, a situação de Bolsonaro “se complicou”. Um terceiro afirmou que o brigadeiro “foi firme”, “falou com convicção” e “sem titubear”, em contraste com o comportamento de Freire Gomes, considerado mais hesitante. Isso teria influenciado a postura de Moraes, que se manteve mais contido durante o depoimento de Baptista Junior.

Na segunda-feira (19), Moraes havia reagido com irritação ao depoimento de Freire Gomes, ao notar contradições em relação ao que ele havia dito à Polícia Federal no ano anterior. O ministro interrompeu o general e o advertiu sobre a obrigação de dizer a verdade.

“Eu queria advertir a testemunha. Ela não pode omitir o que sabe. Vou dar uma chance para a testemunha falar a verdade. Se mentiu para a Polícia Federal, tem que dizer que mentiu para a polícia”, disse Moraes, antes de Freire Gomes confirmar os trechos lidos por ele.

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Last Update: 22/05/2025