Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão. Foto: reprodução

O advogado Daniel Bialski, representante da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), anunciou nesta sexta-feira (16) que irá solicitar o cumprimento da pena em prisão domiciliar para a parlamentar bolsonarista. A decisão ocorre após o Supremo Tribunal Federal (STF) condenar Zambelli a 10 anos de prisão pelo crime de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em entrevista à GloboNews, Bialski afirmou que aguardará laudos médicos para formalizar o pedido.

“Vou aguardar os relatórios médicos para, se os profissionais realmente atestarem o que ela afirmou ontem, e acredito que o farão, eu também vou requerer, obviamente, que, diante da condição de saúde dela e da necessidade de um tratamento adequado, seja possibilitado, assim como ocorreu em outros casos, que ela cumpra essa pena em prisão domiciliar. Porque, efetivamente, ela não é alguém que represente risco”, declarou o advogado.

Bialski argumentou que Zambelli não oferece perigo à sociedade, já que não foi presa preventivamente durante todo o trâmite processual.

“Se ela representasse qualquer tipo de risco, se fosse uma afronta à ordem pública ou à ordem social, ela teria sido presa durante o trâmite desse processo. Mas isso nunca foi cogitado. Nunca se falou em decretar a prisão preventiva dela”, reforçou o defensor.

A condenação foi proferida pela Primeira Turma do STF, seguindo o voto do ministro relator Alexandre de Moraes. Além da pena de 10 anos em regime inicial fechado para Zambelli, a decisão determinou a perda do mandato parlamentar (após trânsito em julgado) e declarou sua inelegibilidade.

O hacker Walter Delgatti, coautor do crime, recebeu pena de 8 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, cumprindo atualmente prisão preventiva. Ambos foram condenados ao pagamento de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.

Bialski mantém a tese de inocência de sua cliente. “Não existe nenhuma prova que incrimine a Carla. Ela é absolutamente inocente da acusação de invasão feita neste segundo processo”, afirmou. A defesa já prepara recursos contra a decisão, com argumento semelhante ao usado no caso do deputado Alexandre Ramagem.

O advogado explicou que Zambelli já exercia mandato parlamentar quando os fatos ocorreram, o que, em sua avaliação, deveria ter suspendido o processo conforme dispositivos constitucionais.

“Se ela já era deputada, o raciocínio se aplica da mesma forma. O ministro Alexandre, ao negar isso ao deputado Ramagem, apresenta uma justificativa. Mas ele abre margem a um raciocínio que também se aplicaria à deputada Carla Zambelli, porque são fatos anteriores, que se enquadrariam dentro do dispositivo constitucional da suspensão de processo”, argumentou.

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Last Update: 16/05/2025