
O advogado Daniel Bialski, representante da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), anunciou nesta sexta-feira (16) que irá solicitar o cumprimento da pena em prisão domiciliar para a parlamentar bolsonarista. A decisão ocorre após o Supremo Tribunal Federal (STF) condenar Zambelli a 10 anos de prisão pelo crime de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Em entrevista à GloboNews, Bialski afirmou que aguardará laudos médicos para formalizar o pedido.
“Vou aguardar os relatórios médicos para, se os profissionais realmente atestarem o que ela afirmou ontem, e acredito que o farão, eu também vou requerer, obviamente, que, diante da condição de saúde dela e da necessidade de um tratamento adequado, seja possibilitado, assim como ocorreu em outros casos, que ela cumpra essa pena em prisão domiciliar. Porque, efetivamente, ela não é alguém que represente risco”, declarou o advogado.
Após Zambelli afirmar que não sobreviveria na cadeia, defesa da deputada diz que vai pedir prisão domiciliar caso médicos atestem problemas de saúde alegados por ela. Advogado ainda fala que Zambelli “não representa risco”. @AndreiaSadi então questiona como se explica o fato de a… pic.twitter.com/f6Y8zIwTXO
— GloboNews (@GloboNews) May 16, 2025
Bialski argumentou que Zambelli não oferece perigo à sociedade, já que não foi presa preventivamente durante todo o trâmite processual.
“Se ela representasse qualquer tipo de risco, se fosse uma afronta à ordem pública ou à ordem social, ela teria sido presa durante o trâmite desse processo. Mas isso nunca foi cogitado. Nunca se falou em decretar a prisão preventiva dela”, reforçou o defensor.
A condenação foi proferida pela Primeira Turma do STF, seguindo o voto do ministro relator Alexandre de Moraes. Além da pena de 10 anos em regime inicial fechado para Zambelli, a decisão determinou a perda do mandato parlamentar (após trânsito em julgado) e declarou sua inelegibilidade.
O hacker Walter Delgatti, coautor do crime, recebeu pena de 8 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, cumprindo atualmente prisão preventiva. Ambos foram condenados ao pagamento de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.
Bialski mantém a tese de inocência de sua cliente. “Não existe nenhuma prova que incrimine a Carla. Ela é absolutamente inocente da acusação de invasão feita neste segundo processo”, afirmou. A defesa já prepara recursos contra a decisão, com argumento semelhante ao usado no caso do deputado Alexandre Ramagem.
O advogado explicou que Zambelli já exercia mandato parlamentar quando os fatos ocorreram, o que, em sua avaliação, deveria ter suspendido o processo conforme dispositivos constitucionais.
“Se ela já era deputada, o raciocínio se aplica da mesma forma. O ministro Alexandre, ao negar isso ao deputado Ramagem, apresenta uma justificativa. Mas ele abre margem a um raciocínio que também se aplicaria à deputada Carla Zambelli, porque são fatos anteriores, que se enquadrariam dentro do dispositivo constitucional da suspensão de processo”, argumentou.
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