Advogado eleitoral analisa cenário envolvendo Flávio Bolsonaro na disputa presidencial

Em entrevista ao programa TV GGN 20H da última sexta-feira (5), o advogado eleitoral Alberto Rollo analisou os movimentos recentes no tabuleiro político brasileiro, incluindo a possível candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência, as tensões entre Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso, e os riscos representados pelo uso de inteligência artificial nas eleições de 2026.

A possível entrada de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na disputa presidencial foi recebida com cautela pelo especialista. Para Rollo, politicamente, a movimentação pode ser uma estratégia do ex-presidente Jair Bolsonaro para “salvar o sobrenome” e preservar o protagonismo da família.

Do ponto de vista jurídico, porém, Rollo ressalta que Flávio Bolsonaro é atualmente ficha limpa. “Hoje, ele não tem condenação nem inelegibilidade, então é um nome fácil de ser lançado. Ele é ficha limpa. É verdade, hoje ele é ficha limpa. O problema é que ele tem aí alguns passivos, algumas investigações em andamento, alguns rolos, como diz você, com ele só em andamento e que podem explodir ao longo do ano que vem. E aí podem inviabilizar a candidatura”, explica.

Ainda assim, o senador carrega investigações em andamento que podem ter desfecho em 2025 e inviabilizar sua candidatura ao Planalto e até mesmo ao Senado. Ao se autoproclamar candidato, diz o advogado, Flávio pode acabar acelerando processos que, em cenário alternativo, avançariam mais lentamente.

Fundo partidário

Rollo também explicou que o fundo eleitoral, que hoje contempla cerca de R$ 5 bilhões, é distribuído conforme a composição da Câmara e do Senado eleita em 2022. Mudanças de partido não alteram essa divisão.

Ele observa que o fortalecimento do fundo público ampliou o poder das direções partidárias e reduziu a transparência interna.

O advogado defende a possibilidade de retomar doações de empresas, porém com limites rígidos, como forma de diminuir a dependência do financiamento público.

Congresso

Rollo classificou como excesso a decisão do ministro Gilmar Mendes que alterou regras sobre abertura de processos de impeachment de ministros do Supremo, retirando a iniciativa de cidadãos e concentrando-a na Procuradoria-Geral da República. “Não dá para esconder isso, só foi para blindar o Supremo, não é? Ah, mas a lei de impeachment de 1950, ela já está ultrapassada. O Congresso, inclusive, agora vai retomar com urgência a discussão de um novo projeto que está lá, para ver se muda essa receita”, critica.

A reação de setores do Senado, que passaram a defender aumento do número de ministros do STF e mudanças nas indicações, é vista por ele como uma retaliação que piora a crise institucional.

Riscos eleitorais e IA

A discussão sobre eleições de 2026 trouxe à tona uma preocupação central: o uso de inteligência artificial para produzir vídeos, áudios e conteúdos falsos altamente realistas. “Fico com medo. A IA atingiu esse grau de perfeição tão grande, que quero ver no ano que vem, nas eleições, vai ter muito vídeo aí do Flávio Bolsonaro falando isso ou aquilo, do Lula falando isso ou aquilo, e a gente não vai ter certeza se é verdade. Vai ser complicado”, alerta Rollo.

Embora a legislação eleitoral obrigue a identificação de conteúdos produzidos com IA, o especialista lembra que isso vale apenas para quem age dentro da legalidade. Conteúdos ilegais circulam por horas antes de serem derrubados, tempo suficiente para causar danos.

Outro risco apontado é o papel das plataformas digitais, especialmente Facebook, Instagram e X, que já foram acusadas de impulsionar conteúdos políticos falsos ou enganosos.

Rollo defende investimentos em educação midiática do eleitor, comparando a checagem de informações à cautela tomada em compras online durante a Black Friday.

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