
Demóstenes Torres — ex-promotor, ex-senador e ex-secretário de Segurança Pública de Goiás e atualmente advogado em casos de alta complexidade — fez elogios ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista ao Portal MindJus, maior comunidade online de advogados criminalistas do Brasil, ele afirmou que insistir em pedidos de suspeição contra Moraes é “perder tempo”, já que o tema já foi superado pela Corte.
Demóstenes defende o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, um dos oito denunciados por envolvimento na trama golpista para impedir a posse do presidente Lula e do vice Geraldo Alckmin.
“Pode-se fazer toda crítica ao ministro Alexandre de Moraes, mas não pode se dizer que ele não é competente, que ele não é trabalhador, que não estudou o processo. Ele está bem arraigado nisso. Advogado que for meia-boca com o ministro Alexandre de Moraes vai tomar um porrete”, disse Torres.
“Muita gente fala ‘não vai entrar com pedido de suspeição do Moraes?’, eu digo: ‘Não, o Supremo já decidiu isso’. Então, ficam repetindo essas coisas que não têm influência nenhuma. Eu faço a defesa baseada no direito”.
💣🚨 BOMBA
Advogado do almirante Almir Garnier de Mostenes Torres surpreende e RECONHECE a competência do ministro Alexandre de Moraes.Em participação em um podcast, ele afirmou:
“Pode se falar o que for do ministro Alexandre de Moraes… menos que ele não é trabalhador, que… pic.twitter.com/CPft9zjWBj
— Ivan Vieira 🇧🇷 (@ivanvieira_5) August 10, 2025
Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, o ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Junior afirmou que Garnier colocou as tropas da força “à disposição” do então presidente Jair Bolsonaro (PL) após as eleições de 2022.
Segundo Baptista Junior, a declaração ocorreu durante uma reunião com a presença dele, do ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes e do então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira. “Eu tenho uma visão muito passiva do almirante Garnier. Eu lembro que o Paulo Sérgio, Freire Gomes e eu conversávamos mais, debatíamos mais, tentávamos demover o presidente. Em uma dessas reuniões, chegou o ponto em que ele falou que as tropas da Marinha estariam à disposição do presidente”, relatou.
O brigadeiro depôs como testemunha na ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado e seu relato é considerado um dos mais relevantes desta fase do processo. Em outro trecho da oitiva, reforçou a afirmação ao responder a uma pergunta da defesa de um dos réus: “Eu não fiquei sabendo à toa que a Marinha tem 14 mil fuzileiros”, disse, em referência à fala atribuída a Garnier.