Ana Luiza Silva, ex-advogada de Carlos Bolsonaro. Foto: reprodução

A advogada Ana Luiza Silva, que atuou na defesa do senador Carlos Bolsonaro no caso das rachadinhas, reafirmou na sexta-feira (26), em postagens nas redes sociais, que sua então sócia, Luciana Pires, recebia orientações do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro, sobre como obter provas para anular a investigação. Pires havia confirmado à imprensa que recebeu três relatórios de Ramagem.

“O fato é que a outra advogada [Luciana Pires], que atuava no caso e que conduzia o caso, na época me enviou as mensagens. Foi ela quem disse que havia recebido as mensagens do cliente [Carlos]. E que o cliente teria as recebido do Ramagem”, escreveu Silva no Instagram.

Ela ainda acrescentou nos stories: “Quem deve explicar essa história é ela [Pires]. O que eu posso garantir é que eu recebi as mensagens diretamente dela”.

Em agosto de 2020, Ana, Luciana, Carlos, Ramagem e o ex-ministro do GSI Augusto Heleno participaram de uma reunião no Palácio do Planalto. O encontro, gravado escondido pelo ex-chefe da Abin, discutiu meios de provar uma suposta atuação ilegal da Receita Federal contra o filho mais velho do então presidente. A reunião foi revelada pela coluna em outubro de 2020. Na época, Pires confirmou ao Metrópoles que havia recebido ao menos dois relatórios de Ramagem.

Postagem da advogada Ana Luiza Silva. Reprodução Instagram

Os relatórios, cuja autenticidade e procedência foram confirmadas na época pela defesa do senador, detalhavam o funcionamento de uma suposta organização criminosa dentro da Receita Federal, que, segundo suspeita dos advogados de Carlos, realizou um escrutínio ilegal de seus dados fiscais para fornecer o relatório que originou o inquérito das rachadinhas.

Em um campo intitulado “Finalidade”, um dos documentos da Abin citou: “Defender CB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de CB”. Os dois documentos foram enviados por WhatsApp para Carlos e por ele repassados para sua advogada Luciana Pires.

O caso das rachadinhas envolve a suspeita de que Carlos Bolsonaro, quando era deputado estadual no Rio de Janeiro, desviava parte dos salários de seus assessores para seu próprio benefício. A defesa de Carlos argumenta que a investigação foi comprometida por atos ilegais da Receita Federal, apoiando-se nas informações supostamente fornecidas por Ramagem através dos relatórios da Abin.

Ana e Pires, que já foram sócias, agora se encontram em lados opostos de uma disputa sobre a origem e a veracidade das mensagens e orientações recebidas. Enquanto Ana afirma ter recebido diretamente de Pires as mensagens que implicavam Ramagem, Pires precisa explicar sua versão dos acontecimentos.

Veja a entrevista de Ana ao DCM: 

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link

Categorizado em:

Governo Lula,

Última Atualização: 28/07/2024