Flávio Bolsonaro e Alexandre Ramagem. Foto: reprodução

A advogada Ana Luiza Silva, que atuava na defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL) no caso da “rachadinha” da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), revelou nesta terça-feira (16) que sua ex-sócia, Beatriz Costa, lhe enviou três relatórios com instruções sobre como obter provas para anular a investigação contra o “filho 01” de Bolsonaro.

Beatriz Costa havia afirmado em 2020 que recebeu ao menos dois relatórios de Alexandre Ramagem, então diretor da Abin no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Contudo, Ana Luiza declarou que, na verdade, foram três relatórios.

Ana Luiza, Beatriz, Bolsonaro, Ramagem e o ex-ministro do GSI Augusto Heleno participaram de uma reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, em agosto de 2020. Nesse encontro, secretamente gravado por Ramagem, foram discutidas estratégias para proteger Flávio nas investigações sobre a “rachadinha”.

“Ela [Beatriz Costa] me encaminhou [os relatórios] por WhatsApp, recebi isso da Beatriz Costa. Agora, eu não sei, não tenho como dizer pra você se isso foi escrito por ela, pelo Ramagem, pela Abin, pelo Flávio, não sei. Foi enviado por ela. Que ela disse para você que foi o Ramagem é um fato”, disse Ana Luiza ao colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.

Nos dois relatórios anteriormente revelados, a Abin detalha o funcionamento de uma suposta organização criminosa na Receita Federal, que, segundo os advogados de Flávio, teria examinado ilegalmente seus dados fiscais para produzir o relatório que originou o inquérito das rachadinhas.

Ana Luiza Silva e Beatriz Costa
As advogadas Ana Luiza Silva e Beatriz Costa. Foto: reprodução

Em um campo intitulado “Finalidade”, um dos documentos da Abin mencionava: “Defender FB no caso Alerj, demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB”. Os dois documentos foram enviados por WhatsApp para Flávio, que os repassou à sua advogada Beatriz Costa.

Ana Luiza, entretanto, afirmou que considerou os relatórios “muito tolos” e que já havia se reunido com o chefe da Receita Federal na época, José Barroso Tostes Neto, antes de ter acesso ao material.

Além disso, Ana Luiza argumentou que os relatórios fornecidos por Beatriz Costa, com orientações da Abin contra o caso das rachadinhas, não foram úteis. A advogada ressaltou que não entendia que os relatórios fossem da Abin.

“Em relação ao que foi passado, se a Abin determinou alguma coisa, quando eu soube daqueles relatórios, em que me chamam de doutora Ana, eu já tinha estado com a Receita, não tinha sido ideia da Abin, ou de ninguém. Eu tive acesso depois que isso tudo já tinha acontecido”, disse Ana Luiza.

“Tive acesso a três relatórios desses, que me pareciam, com todo respeito, muito tolos, tolos, muito tolos. Basta dizer que era um documento que talvez fosse da Abin e que me dava um codinome de Ana, pelo amor de Deus. Seja lá por que for, era uma decisão equivocada, não tinha nem como olhar para aquilo e entender aquilo com seriedade. Nunca entendi que aqueles relatórios fossem da Abin”.

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Última Atualização: 16/07/2024